Vacinação: imunizante mudou a história da covid-19. (Brendan McDermid/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 29 de novembro de 2021 às 17h58.
Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 18h13.
BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson estão trabalhando em vacinas que visam especificamente a ômicron para o caso de seus imunizantes atuais não serem eficazes contra a nova variante do coronavírus, informaram as empresas nesta segunda-feira.
O surgimento da variante desencadeia uma reação global intensa, levando países temerosos de que ela se dissemine rapidamente mesmo em populações vacinadas a impor proibições de viagem e outras restrições.
A BioNTech SE disse que começou a trabalhar em uma vacina concebida para a ômicron com a parceira Pfizer.
Ao mesmo tempo, Stéphane Bancel, executivo-chefe da Moderna Inc, disse ao canal CNBC que pode demorar meses para começar a despachar tal vacina.
Ele disse que a eficácia das vacinas contra covid-19 existentes no combate à variante é desconhecida no momento, acrescentando que deve haver mais clareza dentro de cerca de duas semanas.
A Johnson & Johnson também está avaliando a eficácia de sua vacina contra a ômicron e buscando uma vacina específica para a variante.
"Começamos o trabalho de reprojetar e desenvolver uma nova vacina contra a ômicron e a encaminharemos rapidamente para estudos clínicos se necessário", disse Mathai Mammen, chefe global de pesquisa da unidade de fármacos da J&J.
Um especialista em doenças infecciosas destacado da África do Sul disse que a ômicron parece ser mais transmissível do que variantes anteriores, inclusive para pessoas com imunidade da vacinação ou infecções prévias.
A Pfizer já começou a trabalhar em uma nova versão de sua vacina direcionada para a variante ômicron, em caso de o imunizante atual não ser suficientemente eficaz contra esta cepa, afirmou nesta segunda-feira, 29, o diretor-executivo da farmacêutica americana, Albert Bourla.
"Ainda há muitas coisas que não sabemos" sobre a nova variante, detectada no sul da África e considerada "preocupante" pela OMS, disse o executivo em uma entrevista para a rede americana CNBC.
"Saberemos o essencial do que precisamos saber em poucas semanas", acrescentou.
A empresa vai realizar testes para avaliar a eficácia da vacina atual, desenvolvida com a BioNTech, contra a ômicron. Mas se "proteger menos e acharmos que há uma necessidade de criar uma nova vacina, já começamos a trabalhar desde sexta-feira. Fizemos nosso primeiro modelo de DNA, que é a primeira etapa do desenvolvimento de uma nova vacina", explicou.
A Pfizer já criou duas novas versões de sua vacina em menos de 100 dias, contra as variantes delta e beta, que acabaram não sendo usadas. "Em 95 dias, teremos a nova vacina contra a ômicron", disse Bourla.
O laboratório Moderna, que também produz uma vacina contra a covid, anunciou na sexta-feira sua intenção de desenvolver uma dose de reforço específica para a ômicron.
O diretor da Pfizer afirmou, porém, que ainda confia na vacina que é distribuída atualmente, indicando que a farmacêutica usou "uma boa dosagem desde o início".
A pílula anticovid desenvolvida pela Pfizer para tratar a doença, que apresentou uma eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes em ensaios clínicos, foi também "desenvolvida com a ideia" de que haveria mutações do vírus, afirmou Bourla.
"Tenho confiança na capacidade [da pílula] de funcionar com todas as mutações, incluindo a ômicron", enfatizou.
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(Com AFP e Reuters)