Ciência

Existe vida em Marte? Indícios de atividade biológica no planeta surpreendem cientistas da Nasa

Ainda não é possível responder à questão sobre se existe vida em Marte, mas o que a Nasa já descobriu nos ajuda a entender melhor a origem e a evolução da vida e pode um dia ser um guia para a sobrevivência

Marte: o planeta pode ter sido quente e úmido, mas hoje é um lugar frio, seco e estéril (Getty/Getty Images)

Marte: o planeta pode ter sido quente e úmido, mas hoje é um lugar frio, seco e estéril (Getty/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 17 de maio de 2023 às 07h28.

Curiosity e Perseverance. Juntos, os dois robôs da Nasa têm descoberto possíveis indícios de atividade biológica em Marte que acompanham o desenvolvimento da ciência na Terra. Por enquanto, ainda não é possível responder à questão sobre se existe vida no planeta, mas o que eles já descobriram nos ajuda a entender melhor a origem e a evolução da vida e pode um dia ser um guia para a sobrevivência.

Marte pode ter sido quente e úmido, mas hoje é um lugar frio, seco e estéril. A atmosfera é fina e composta principalmente por dióxido de carbono (CO2). É um planeta terrestre, com atmosfera e clima, sua geologia é conhecida por ser muito diversa e complexa (como a Terra) e parece que o clima mudou ao longo de sua história, como a Terra.

O Curiosity completou dez anos em Marte, mas a descoberta recente é do Perseverance: possíveis sinais do que já foi um rio volumoso e agitado em Marte agora divulgados. Os indícios foram encontrados em uma pilha de rochas sedimentares na forma de leque com 250 metros de altura, e camadas curvas que sugerem contato com água corrente.

Compreender esses ambientes aquáticos pode ajudar os cientistas a procurar sinais de vida microbiana antiga, que pode ter sido preservada na rocha marciana. O rio teria sido mais profundo e se movia mais rápido do que qualquer evidência que os cientistas já encontraram no passado. Até então, os indícios sugeriam a presença de lagos ou riachos.

De acordo com a agência espacial, ele fazia parte de uma rede de cursos de água que desaguava na Cratera Jezero, a área que o robô da Nasa explora desde o pouso, há mais de dois anos. A descoberta do que pode ter sido um rio volumoso se junta a outras que cientistas da Nasa fizeram usando um conjunto de instrumentos chamado de Sample Analysis at Mars, a bordo do Curiosity.

Descobertas em Marte

Moléculas orgânicas (que contêm carbono) foram detectadas em amostras de rochas coletadas da Cratera Gale. Elas servem como “blocos de construção” e “alimento” para a vida. A presença em Marte sugere que o planeta poderia ter sustentado a vida, se alguma vez ela existiu por ali.

Além disso, há evidências de que as rochas da Gale registram rica história de água. Parte dessa evidência é a presença de jarosite, um mineral amarelo-avermelhado formado somente em ambientes aquosos. Experimentos de datação encontraram jarosite centenas de milhões de anos mais jovem do que o esperado.

Os testes também mostraram que a água pode ter sumido num processo em que os átomos de hidrogênio da água (H2O) foram sendo substituídos aos poucos por uma versão mais pesada do próprio hidrogênio, o deutério. O Curiosity mediu a proporção entre hidrogênio e deutério na atmosfera, e a história que surgiu daí indica que esse processo se deu em Marte.

Por fim, a partir da coleta de amostras, os cientistas detectaram flutuações na quantidade e na concentração de metano na atmosfera próxima da superfície de Marte. Na Terra, a maior parte do metano presente na atmosfera é resultado de processos biológicos e varia em função de mudanças nesses processos.

Acompanhe tudo sobre:MartePlanetasETs – Extraterrestres

Mais de Ciência

Estresse excessivo pode atrapalhar a memória e causar ansiedade desnecessária, diz estudo

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo