Exército dos EUA quer criar uma tecnologia para interpretar sinais cerebrais do soldados (DanielBendjy/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 26 de novembro de 2020 às 10h00.
O governo dos Estados Unidos está financiando uma nova pesquisa para decodificar sinais cerebrais. Em termos práticos, isso significa que o exército americano estuda uma nova forma de conseguir “ler” a mente de seus próprios soldados e, desta forma, criar uma maneira para que estes possam se comunicar silenciosamente durante as operações.
A pesquisa científica está sendo comandada pelo Escritório de Pesquisa do Exército dos EUA e conta com a participação de diferentes universidades americanas e do Reino Unido. Até agora, através da criação de um algoritmo matemático complexo, os cientistas já conseguiram separar os sinais cerebrais que influenciam a ação de sinais que não têm esta influência.
“Não estamos apenas medindo os sinais, mas os interpretando”, disse Hamid Krim, gerente de programa do Gabinete de Pesquisa do Exército, conforme reportado pelo site C4isrnet.
Os estudos, que já custaram pelo menos 6 milhões de dólares para o governo americano, ainda estão no começo e os primeiros experimentos foram realizados apenas com animais, ao monitorar sinais de um macaco tentando agarrar uma bola.
Quando (e se) a pesquisa avançar, há pelo menos duas possibilidades de uso desta tecnologia. Uma é permitir que os centros de comando possam identificar sinais de estresse e fadiga captados nos cérebros dos soldados antes que eles realmente percebam os sintomas.
A outra possibilidade é utilizar estes sinais para criar uma forma de comunicação silenciosa, em que um soldado pode reportar apenas forçando seu pensamento. Um dispositivo eletrônico, como um celular, poderia captar essas ondas cerebrais e enviá-las para uma base, que faria o estudo dos sinais para decodificar uma determinada mensagem.