Ciência

Estudo sobre 85 mortes por covid-19 mostra perfil de pacientes de risco

A pesquisa indica maior risco do novo coronavírus para homens com mais de 50 anos de idade

Coronavírus: higienização das mãos é um dos principais métodos de prevenção ao contágio (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Coronavírus: higienização das mãos é um dos principais métodos de prevenção ao contágio (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 6 de abril de 2020 às 13h36.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 13h41.

Um novo estudo feito por pesquisadores da China e dos Estados Unidos avaliou 85 mortes por covid-19 que ocorreram em Wuhan, primeira cidade chinesa a registrar casos de contágio da doença. Com número restrito de pacientes, análise mostra que 72,9% eram homens e tinham idade média de 65,8 anos.

Os sintomas mais comuns após o contágio da covid-19, causada pelo novo coronavírus, foram febre, dificuldade para respirar e fadiga.

As doenças pré-existentes mais comuns, também chamadas comorbidades, eram hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana.

“Esperamos que o estudo mostre a seriedade da covid-19 e enfatize o risco dos grupos de homens com mais de 50 anos que tenham comorbidades como pressão alta, doença arterial coronariana e diabetes”, afirmam os autores do estudo

A maioria dos pacientes avaliados no estudo morreu devido à falência múltipla de órgãos.

O estudo mostrou ainda que, já na admissão dos pacientes, pouco mais de 80% tinham contagens baixas de eosinófilos (glóbulos brancos do sangue importantes na resposta do organismo a infecções respiratórias). Isso pode indicar que os médicos que os avaliaram deram prognósticos ruins. E mesmo com a amostra de pacientes restrita, os pesquisadores afirmaram ter observado que uma combinação de medicamentos antimicrobianos (antivirais, antibióticos) não teve impacto positivo significativo no tratamento desses pacientes.

Como acontece com grande parte dos estudos científicos em relação ao novo coronavírus, descoberto há pouco mais de três meses, as descobertas do estudo não são conclusivas. Ou seja, ainda são necessários mais estudos a respeito do vírus.

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