Repórter
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 16h34.
Última atualização em 24 de novembro de 2025 às 16h35.
Pessoas com maior massa muscular tendem a apresentar sinais mais lentos de envelhecimento cerebral, segundo pesquisa divulgada recentemente. O estudo, ainda não revisado por pares, foi apresentado na reunião anual da RSNA, a Sociedade Radiológica da América do Norte.
O trabalho reforça preocupações sobre os efeitos colaterais de medicamentos contra obesidade da classe dos GLP-1, como o Ozempic, o Wegovy e o Mounjaro, que causam perda de gordura e de massa magra. A pesquisa indica que preservar músculos, ao mesmo tempo em que se reduz gordura visceral, aquela que se acumula nas vísceras, é crucial para manter o cérebro jovem.
No estudo, foram analisados exames de ressonância magnética de 1.164 pessoas saudáveis, com média de 55 anos. Os cientistas cruzaram dados de estrutura cerebral com imagens corporais completas e indicadores de gordura e músculo, usando um algoritmo de inteligência artificial para estimar a idade do cérebro com base nesses fatores.
A pesquisa detectou que indivíduos com mais músculo tinham cérebros “mais jovens” e que uma menor razão entre gordura visceral e massa muscular também estava associada a menor envelhecimento cerebral. Já a gordura subcutânea, que fica sob a pele, não teve relação observada com a idade do cérebro.
Criados originalmente para tratar diabetes tipo 2, os medicamentos da classe GLP-1 se tornaram populares para emagrecimento rápido.
No entanto, estudos prévios já indicavam que entre 15% e 40% do peso perdido com esses remédios pode ser de massa magra, que inclui músculo.