Ciência

Estudo encontra oxigênio onde ele não deveria existir e dá pistas sobre vida fora da Terra

A descoberta da Associação Escocesa de Ciências Marinhas, batizada de “oxigênio escuro”, desafia a ideia de que a fotossíntese é a única forma de gerar oxigênio

Pedra com oxigênio: descoberta muda o rumo da exploração de outros planetas (Freepik/Divulgação)

Pedra com oxigênio: descoberta muda o rumo da exploração de outros planetas (Freepik/Divulgação)

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 15h13.

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O fundo do oceano esconde mistérios que podem transformar nossa compreensão sobre o planeta. Inclusive sobre a origem de elementos essenciais para a vida humana, como o oxigênio, que existe na própria atmosfera terrestre e é produzido somente por fotossíntese. E alguns tipos de rocha, segundo nova descoberta de um estudo escocês.

Cientistas liderados por Andrew Sweetman, da Associação Escocesa de Ciências Marinhas, descobriram que rochas metálicas, localizadas a 4 mil metros de profundidade no Pacífico, são capazes de produzir oxigênio por meio de processos naturais.

Essa descoberta, batizada de “oxigênio escuro”, desafia a ideia de que a fotossíntese é a única forma de gerar oxigênio.

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Como as rochas produzem oxigênio?

Essas rochas, ricas em metais como cobalto e manganês, liberam oxigênio por meio de um processo de eletrólise natural, na qual reagem com a água do mar para separar oxigênio e hidrogênio. O fenômeno foi observado na Zona de Clarion-Clipperton, uma região explorada para mineração submarina devido aos depósitos de metais preciosos.

Sweetman destaca que a pesquisa é um marco no entendimento do ecossistema marinho profundo. “Essa descoberta é um divisor de águas na biogeoquímica dos oceanos e levanta mais perguntas do que respostas sobre os processos naturais do planeta”, afirmou em entrevista à CNN.

A pesquisa também atraiu a atenção da NASA, que acredita que o fenômeno pode ajudar a explicar como formas de vida podem sobreviver em condições extremas em outros planetas. A produção de oxigênio sem luz solar pode ser uma pista para encontrar vida em luas geladas de Júpiter e Saturno, como Europa e Encélado, onde as condições são semelhantes às profundezas oceânicas da Terra.

Debates e controvérsias

Apesar do entusiasmo científico, a descoberta levantou críticas por parte das indústrias de mineração em águas profundas. Elas contestam os métodos de pesquisa e alegam que a mineração dos metais presentes nas rochas é essencial para tecnologias verdes, como baterias de carros elétricos e painéis solares.

No entanto, Sweetman e outros cientistas alertam sobre os riscos de perturbar ecossistemas submersos antes de compreendê-los completamente. “Precisamos entender melhor o impacto ambiental antes de explorar esses recursos”, enfatizou à CNN.

Além do fundo do mar, outras descobertas recentes mostram que o oxigênio também pode ser produzido por micróbios em ambientes sem luz, como foi observado por Emil Ruff, microbiologista do Laboratório Biológico Marinho em Massachusetts. Ele identificou que microrganismos em lençóis freáticos no Canadá produzem oxigênio a partir de compostos químicos, sustentando outras formas de vida no subsolo.

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