Buraco negro: levantamentos permitiram a elaboração de um modelo mais preciso da Via Láctea (Elen11/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 15h47.
Última atualização em 6 de dezembro de 2020 às 10h30.
Um nova análise aponta que a Terra está quase 2.000 anos-luz mais perto do que se imaginava do grande buraco negro localizado no centro da Via Láctea, galáxia que o Sistema Solar faz parte. A descoberta ainda mostra que o planeta se move 7 quilômetros por segundo mais rapidamente.
Mais precisos, os dados foram identificados após pesquisadores analisarem informações de um catálogo lançado em agosto deste ano pelo projeto de radioastronomia VERA (sigla para Exploração de Rádio Astrometria por Interferometria de Longa Linha de Base, em inglês), que mapeia a velocidade tridimensional e as estruturas espaciais da galáxia desde 2000. Os levantamentos permitiram a elaboração de um modelo mais preciso da Via Láctea.
A partir desse modelo, que também reuniu informações de observações recentes de outros grupos, os astrônomos calcularam a localização do centro da galáxia, onde há um grande buraco negro. Em vez de estar a 27.700 anos-luz, como é adotado pela União Astronômica Internacional desde 1985, ele estava a 25.800 anos-luz da Terra. Segundo informações do Observatório Nacional de Astronomia do Japão, a proximidade não significa que a Terra está sendo atraída para dentro do buraco negro.
Para obter os dados, o VERA utiliza uma tecnologia de combinação de radiotelescópios distribuídos pelo Japão, a fim de obter uma resolução equivalente ao que alcançaria com um telescópio de 2.300 quilômetros de diâmetro, cuja resolução seria suficiente para identificar uma moeda de 1 centavo de dólar na superfície da lua.
A expectativa é que o volume de dados aumente nos próximos dados uma vez que o VERA participará de um rede de radiotelescópios do Japão, da Coreia do Sul e da China. Esse acordo vai permitir que seja alcançada uma precisão ainda maior.