Ciência

Estresse excessivo pode atrapalhar a memória e causar ansiedade desnecessária, diz estudo

Situação acontece quando, por exemplo, uma pessoa passa a evitar cozinhar por completo depois de se queimar

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 10h00.

Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 14h21.

O estresse traz uma série de malefícios para a saúde dos seres humanos e, segundo um estudo publicado na revista científica Nature recentemente, o sentimento também pode afetar negativamente a memória das pessoas, prejudicando a forma com como as lembranças são formadas e aumentando a ansiedade desnecessária.

A pesquisa mostrou que o estresse altera a maneira como o cérebro organiza as memórias, resultando em respostas de medo desnecessárias. Isso acontece quando, por exemplo, uma pessoa passa a evitar cozinhar por completo depois de se queimar.

Para isso, os pesquisadores analisaram a amígdala de camundongos, avaliando como eles respondiam ao estresse e às emoções em geral, colocando-os sob situações estressantes. Depois, eles foram expostos a sons neutros e submetidos a choques nos pés.

Com isso, observou-se que os camundongos estressados travavam emocionalmente quando ouviam um som neutro e o som associado ao choque, o que mostrou uma dificuldade na identificação de eventos neutros e assustadores.

Durante o estudo, os camundongos não estressados  formavam pequenos grupos de neurônios (engrams) em resposta ao som e ao choque, que eram reativados apenas quando expostos ao som específico. Em contraste, os camundongos estressados formavam engrams maiores, reativados por ambos os sons. Em condições normais, neurônios presentes na amígdala liberam o neurotransmissor GABA, limitando a formação de engrams.

Os pesquisadores, assim, descobriram que algumas medicações podem ajudar a diminuir os efeitos do estresse no cérebro humano. É o caso da mifepristona, que bloqueiam alguns dos receptores afetados. Mas eles fizeram um alerta: os medicamentos têm efeitos colaterais e funcionam apenas se administrados no momento da formação da memória, e sua eficácia em humanos ainda não foi comprovada.

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