Ciência

Estrela mais próxima do Sistema Solar tem seis bilhões de anos

Próxima Centauri é uma estrela muito conhecida pela comunidade de astrônomos, mas é difícil vê-la a olho nu porque tem uma luminosidade muito frágil

Estrelas: (ESA/Hubble/Wikimedia Commons)

Estrelas: (ESA/Hubble/Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 21h36.

Astrônomos franceses conseguiram calcular que Próxima Centauri, a estrela mais próxima do Sistema Solar, tem seis bilhões de anos e que sua órbita dura mais de 500.000 anos, segundo um comunicado difundido nesta quinta-feira pelo Departamento de Astronomia da Universidade do Chile.

Graças ao espectrógrafo HARPS, instalado no telescópio do observatório La Silla, no norte do Chile, os pesquisadores conseguiram estabelecer que Próxima Centauri faz parte do sistema Alfa Centauri, junto com outras duas estrelas, um dado-chave para estimar sua idade.

"Quando se demonstra que é um só sistema de três estrelas, isto significa que as três têm a mesma idade", contou à AFP Pierre Kervella, líder do grupo de astrônomos e pesquisador da Unidade Mista Internacional Franco-Chilena de Astronomia.

As observações também permitiram estabelecer que "o período da órbita de Próxima Centauri é de mais de 500.000 anos, aproximadamente", explicou Kervella. "É uma órbita muito grande".

Próxima Centauri é uma estrela muito conhecida pela comunidade de astrônomos, que a estuda há cem anos, mas é difícil vê-la a olho nu porque tem uma luminosidade muito frágil, cerca de 700 vezes menos brilhante que a do Sol.

A informação sobre esta estrela também tem implicações revelantes para a compreensão científica sobre Próxima b, um pequeno exoplaneta que orbita Próxima Centauri descoberto em agosto passado e cujas primeiras observações permitem inferir presença de água em estado líquido em sua superfície, um elemento necessário para a vida.

"Conseguimos determinar que Próxima b é um bilhão de anos mais velho que a Terra, o que pode ter consequências para o desenvolvimento de uma forma de vida, além de que sua massa é 30% mais pesada e maior que o nosso planeta", acrescentou Kervella.

Desde 1995, os cientistas descobriram milhares de exoplanetas (planetas situados fora do nosso sistema solar), dezenas dos quais parecem potencialmente habitáveis. No entanto, estão muito longe para ser visitados por uma expedição tripulada.

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