(Concavenator/Wikimedia Commons)
Redação Exame
Publicado em 16 de maio de 2025 às 08h26.
Última atualização em 17 de maio de 2025 às 07h29.
O maior primata que já habitou a Terra tinha cerca de três metros de altura e mais de 225 quilos. Descoberto há quase um século, até hoje o Gigantopithecus blacki intriga os cientistas.
Uma das principais dúvidas é sobre como o gigante foi extinto. Segundo uma pesquisa publicada na revista científica Nature, o motivo pode ser mais simples do que o pensado.
A pesquisa aponta que um dos principais motivos para o desaparecimento da espécie foram as mudanças climáticas.
Conforme as florestas deram lugar a pastagens, o macaco gigante não se adaptou. Mas parentes próximos como o Pongo weidenreichi, ancestral do orangotango, sobreviveram.
A análise revelou que, inicialmente, a região em que eles viviam era dominada por florestas densas de pinheiros, bétulas e castanheiras. Com o avanço da mudança para locais mais abertos e secos, o acesso aos alimentos preferidos diminuiu.
Os dentes dos fósseis refletem esse impacto.
Amostras mais antigas mostram desgaste compatível com uma alimentação mais completa. Dentes mais recentes apresentam menos desgaste, o que indica restrições alimentares.
Por seu porte gigantesco, o Gigantopithecus tinha locomoção restrita ao chão e não conseguia migrar em busca de novas fontes alimentares.
Já o Pongo weidenreichi, por sua vez, adaptou seu comportamento. Esse macaco passou a consumir plantas fibrosas mais comuns nos novos ambientes, o que contribuiu para sua sobrevivência.
A incapacidade de adaptação rápida foi decisiva para o fim do Gigantopithecus blacki, que enfrentou estresse crônico e redução populacional até a extinção.
Estudos adicionais indicam que fósseis do primata gigante também foram encontrados na Tailândia, Vietnã e possivelmente em Java. Isso levanta a questão se a extinção seguiu um padrão regional ou se variou conforme o habitat local.