Ciência

Este é o buraco negro de crescimento mais rápido do Universo

Seu tamanho equivale a 20 bilhões de sóis

Buraco negro: interpretação artística (NASA/Goddard Space Flight Center/Reprodução)

Buraco negro: interpretação artística (NASA/Goddard Space Flight Center/Reprodução)

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EFE

Publicado em 18 de maio de 2018 às 09h59.

Última atualização em 18 de maio de 2018 às 09h59.

Um grupo de astrônomos da Austrália descobriu o buraco negro que cresce mais rápido do Universo conhecido até agora, que absorve uma massa equivalente ao Sol a cada dois dias, informaram na última terça-feira (15) fontes acadêmicas do país oceânico.

O buraco negro chamado QSO SMSS J215728.21-360215.1 foi detectado a 12 bilhões de anos luz de distância por cientistas da Universidade Nacional Australiana (ANU, na sigla em inglês).

Seu tamanho equivale a 20 bilhões de sóis e tem uma taxa de crescimento de cerca de 1% a cada um milhão de anos, indicou a ANU em comunicado.

"Este buraco negro cresce tão rápido que brilha milhares de vezes mais que uma galáxia inteira devido aos gases que ele devora diariamente, causando muito atrito e calor", disse Christian Wolf, da Escola de Astronomia e Astrofísica da ANU.

Esse buraco negro existia quando o Universo, que tem aproximadamente 13,8 bilhões de anos, tinha apenas 1,2 bilhões de anos.

"Não sabemos como cresceu tanto e tão rápido na primeira fase do Universo", afirmou o cientista.

Wolf indicou que a energia emitida pelo buraco negro, também conhecida como quasar, é composta de luz ultravioleta e raios-x.

"Se este monstro estivesse no centro da Via Láctea, provavelmente faria com que a vida na Terra fosse impossível devido à grande quantidade de raios-x que ele emana", afirmou o astrônomo.

"Os buracos negros gigantescos e de crescimento rápido também ajudam a limpar a névoa em torno deles por meio da ionização dos gases, o que torna o Universo mais transparente", acrescentou Wolf.

O buraco negro foi detectado pelo telescópio SkyMapper do Observatório de Siding Spring da ANU, situado cerca de 480 quilômetros a noroeste de Sydney, com ajuda do satélite Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

Os autores da descoberta consideram que esses buracos negros brilham e podem se transformar em modelos para observar e estudar a formação de elementos nas primeiras galáxias do Universo.

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