Dose de reforço: medida é mais nova etapa para proteção contra o coronavírus (AFP/AFP)
Laura Pancini
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 11h28.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 11h50.
A agência de saúde dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), autorizou nesta sexta-feira, 19, o uso emergencial das vacinas contra o coronavírus da Moderna e da Pfizer/BioNTech para a dose de reforço em adultos com 18 anos ou mais.
A medida ainda precisa ser autorizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que se reunirá ainda hoje, 19, para revisar os novos dados apresentados pela autoridade de saúde.
Tanto a Pfizer quanto a Moderna mostraram dados de que uma injeção adicional melhora a eficácia de suas vacinas em adultos.
A população deve esperar seis meses depois da segunda dose -- no Brasil, são apenas cinco -- para tomar a injeção de reforço. Aqueles que tomaram o imunizante da Janssen devem tomar uma segunda dose da farmacêutica dois meses após a primeira.
"Esta autorização de uso emergencial chega em um momento crítico, conforme entramos nos meses de inverno e enfrentamos um aumento no número de casos e hospitalizações em todo o país", disse Stephane Bacel, presidente-executivo da Moderna, em um comunicado de imprensa.
O tópico da dose de reforço nos Estados Unidos tem sido um pouco controverso. A FDA inicialmente rejeitou planos do governo Joe Biden de aplicar uma terceira dose em toda a população, mas o aumento de casos da doença no país (e em todo o mundo) levou a uma mudança de planos.
A dose de reforço é a mais nova etapa para a proteção contra ocoronavírus. Tudo indica que, assim como o vírus da gripe, será necessário tomar uma dose extra da vacina com uma certa regularidade para manter a proteção da população alta e a circulação do vírus baixa.
No Brasil, aqueles com baixa imunidade ou idosos com mais de 70 anos já são elegíveis para a terceira dose e o Ministério da Saúde anunciou que, em breve, todos os brasileiros poderão tomar a injeção, desde que a última tenha sido tomada cinco meses antes. Até o momento, 8,40% da população +18 tomou a dose de reforço.
Em São Paulo, maiores de 18 anos que tomaram a segunda dose até 17 de junho já podem tomar a dose extra. Até aqueles que tomaram a dose única da Janssen precisarão se vacinar três vezes no total.
Apesar da alta eficácia das vacinas em prevenir mortes — no Brasil, a média de mortes está abaixo de 300 faz duas semanas —, pesquisas científicas até agora indicam que a proteção dos anticorpos cai entre seis meses e um ano.
Isso pode significar que os imunizantes da covid-19 funcionam de maneira semelhante ao do vírus da gripe, que conta com uma campanha anual de vacinação. Mantendo as taxas de proteção altas, o coronavírus irá circular menos e poderá eventualmente se tornar tão inofensivo e comum quanto a gripe.
Por conta da dose de reforço, a idade média dos internados caiu de 69 para 59 anos nas últimas semanas no Brasil, e pesquisas científicas recentes indicam que ela vem se mostrando essencial para pacientes com câncer, por exemplo.
O Ministério da Saúde recomendou que seja administrada preferencialmente a vacina da Pfizer para a dose de reforço. Na falta de Pfizer, Janssen ou AstraZeneca também são recomendadas. Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro também estão aplicando CoronaVac como dose extra.
A decisão se baseia nos resultados de estudo da Universidade de Oxford, encomendado pela pasta, que mostra que a vacinação heteróloga, isto é, com imunizantes de laboratórios diferentes, aumenta a resposta imune.