Palete contendo 2,9 toneladas de lixo sendo lançado da Estação Espacial Internacional na última quinta-feira (11) (Nasa/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 15 de março de 2021 às 10h05.
A reciclagem é diferente para os astronautas da Estação Espacial Internacional. Na última quinta-feira (11), os controladores da Nasa enviaram comandos até à estação para o lançamento de uma palete com 2,9 toneladas de baterias velhas de níquel-hidrogênio ao espaço.
Este transportador de lixo é o mais maciço já lançado e deve ficar em órbita por dois a quatro anos até reentrar na atmosfera da Terra. Em comunicado, a agência norte-americana disse que espera que o objeto queime até chegar no nosso planeta e caia no meio do Oceano Pacífico, tornando-o inofensivo.
O lixo foi deixado pela nave conhecida como Veículo de Transferência H-II (HTV, na sigla em inglês). O HTV não é tripulada e foi desenvolvida pela agência espacial japonesa com o objetivo de reabastecer um módulo do país ou, caso necessário, a estação inteira.
Ao todo, desde 2017, quatro outras missões foram realizadas pela nave japonesa. Eles entregaram 24 unidades de armazenamento de energias de íons de lítio para substituir as 48 de níquel-hidrogênio, que posteriormente foram colocadas no HTV para serem lançadas para o espaço.
Na última missão do HTV, realizada em maio de 2020, seis baterias de íon-lítio foram entregues. Os astronautas conectaram elas à estrutura de energia solar da estação espacial.
Atualmente, o Japão está desenvolvendo o HTV-X, um cargueiro de próxima geração que substituirá o HTV tradicional, que coleta e descarta os paletes.
Apesar da ideia de lixo no espaço soar surpreendente, é bem mais comum do que podemos imaginar. Detritos espaciais, que podem ser pedaços de espaçonaves, satélites extintos ou partes de foguete, voam ao redor da órbita baixa da Terra constantemente.
Assim como o lixo do nosso planeta, este também pode representar um risco enorme. De acordo com o Futurism, eles podem chegar a uma velocidade de quase 29.000 quilômetros por hora, mas, como a Nasa explica, as expectativas são que, nestas velocidades altas, eles queimem antes de chegar aqui.