Espaço: startup Varda recebeu aprovação para trazer sua primeira espaçonave de volta à Terra. (Lev Savitskiy/Getty Images)
Redatora
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 07h51.
A startup espacial Varda recebeu na última quarta-feira, 14, a aprovação da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos para trazer sua primeira espaçonave de volta à Terra. A cápsula passou uma temporada de oito meses fabricando medicamentos no espaço, e vai trazer um lote de cristais utilizados no combate ao vírus HIV.
A nave esperava autorização de retorno há meses, já que o plano era voltar à Terra em julho passado. Mas a Varda não conseguiu obter as autorizações necessárias para fazer uma tentativa de aterrissagem.
Com a aprovação, a empresa agora vai tentar pousar no Campo de Testes e Treino da Força Aérea de Utah, no dia 21 de Fevereiro.
A cápsula que a espaçonave carrega contém cristais do medicamento Ritonavir que foram fabricados em órbita. A espaçonave Photon do Rocket Lab, que abrigou a cápsula de fabricação de Varda em órbita, queimará na atmosfera após a reentrada.
“Estamos extremamente orgulhosos de ter esta oportunidade com nossos parceiros governamentais e apreciamos sua dedicação à inovação segura nos Estados Unidos”, disse Varda em comunicado.
É a primeira vez que os órgãos reguladores licenciam uma empresa comercial para pousar uma nave em solo americano.
Varda é uma das poucas startups que buscam explorar os benefícios da microgravidade para a fabricação de produtos farmacêuticos. As condições espaciais possibilitam a criação de cristais de proteína com maior qualidade, e a teoria é que 'remédios espaciais' seriam uma opção melhor para que o corpo humano os absorva mais rapidamente, mais facilmente ou com melhores resultados. Esse é o teste que vai ser posto à prova com os cristais de Ritonavir que chegarão à Terra.
Os planos da Varda incluem trazer naves com materiais manufaturados de volta à Terra mensalmente até 2026. Para sua próxima missão, que ainda não foi lançada, Varda disse que planeja pousar sua segunda espaçonave no Campo de Testes de Koonibba, na Austrália, ainda este ano. A startup ainda planeja fabricar materiais de forma mais lucrativa em órbita, como cabos de fibra óptica e semicondutores.