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Escassez de recursos humanos afeta IBGE, diz sindicato

Segundo sindicato, erro é resultado de uma fórmula que associa poucos recursos humanos e materiais a uma forte pressão por produtividade e cumprimento de prazo


	Manifestação dos funcionários do IBGE pela autonomia técnica e democratização do órgão
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Manifestação dos funcionários do IBGE pela autonomia técnica e democratização do órgão (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 21h08.

Rio - O erro admitido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) é resultado de uma fórmula que associa poucos recursos humanos e materiais a uma forte pressão por produtividade e cumprimento de prazos.

A avaliação foi feita pela diretora executiva do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas (Assibge-SN), Ana Magni, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado.

"Isso em algum momento implica em erros. Errar é humano mas trabalhar no IBGE hoje é que é desumano. A pressão é muito grande sobre poucas pessoas", disse.

Desde o início do ano o corpo técnico do instituto vem reagindo a mudanças em pesquisas e cortes orçamentários.

O anúncio da suspensão da divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em abril, detonou uma crise que levou a uma greve de 79 dias.

"Fizemos isso para alertar o governo que era preciso dar tratamento diferenciado a essa instituição, mas logo que saímos da greve houve um novo corte que reduziu para menos de um terço o orçamento das pesquisas inicialmente previsto. Isso impacta fortemente o plano de trabalho no IBGE", reclama Ana Magni.

No início deste ano, o governo já havia reduzido de R$ 214 milhões para R$ 193 milhões as verbas do IBGE para pesquisas. Recentemente o Ministério do Planejamento decidiu que o orçamento do instituto para 2015, fixado em R$ 766 milhões, será de apenas R$ 204 milhões.

Com isso, serão adiados o Censo Agropecuário e a Contagem da População, que custariam R$ 562 milhões e seriam realizados nos dois próximos anos.

A diretora do sindicato não acredita em manipulação de dados, o que considera uma "associação imediatista". Ela lembra que a revisão dos dados favoreceu o governo em alguns pontos, mas foi desfavorável em outros.

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