Ciência

Emissões perto da linha do Equador elevam níveis de ozônio

Uma equipe de cientistas mostrou que é mais importante onde as emissões de gases é feita do que a quantidade de substâncias lançada na atmosfera

Emissões: "As emissões estão crescendo em locais onde há muito mais efeito na formação do ozônio" (Getty Images/Getty Images)

Emissões: "As emissões estão crescendo em locais onde há muito mais efeito na formação do ozônio" (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 18h06.

Londres - Cientistas dos Estados Unidos descobriram que a poluição emitida em regiões próximas à linha do Equador tem uma maior incidência nos níveis nocivos de ozônio na atmosfera, informou nesta segunda-feira a revista "Nature Geoscience".

Uma equipe da Universidade de North Carolina, liderada por Jason West, mostrou que é mais importante onde as emissões de gases poluentes é feita do que a quantidade de substâncias lançada na atmosfera, algo que deve ser considerado para avaliar o problema.

Os cientistas constaram no estudo que, desde os anos 80, cresceu a poluição no ar produzida em regiões próximas à linha do Equador. Por outro lado, o nível global de ozônio na troposfera é superior à quantidade mundial de emissões.

Isso fez com que eles concluíssem que a poluição produzida em países que ficam perto da linha do Equador gera mais ozônio nas camadas atmosféricas mais próximas à Terra, onde ele é mais nocivo do que a lançada em outros lugares, devido às temperaturas mais altas e à maior presença de luz solar.

Para chegar a essas conclusões, a equipe usou um modelo computadorizado para simular a quantidade global de ozônio na troposfera entre 1980 e 2010.

Eles também combinaram com dados de onde o ozônio tinha se formado em maior número e usaram, além disso, um mapa de emissões.

"As emissões estão crescendo em locais onde há muito mais efeito na formação do ozônio. Uma tonelada de emissões em uma região próxima à linha do Equador, onde há muita mais luz solar e calor, produz mais ozônio do que em uma tonelada de emissões em uma região afastada", afirmou o líder do estudo.

Os especialistas assinalaram que, entre 1980 e 2010, as emissões poluentes cresceram mais na China do que na Índia e no Sudeste Asiático.

No entanto, as duas últimas regiões contribuíram mais para a elevação global do nível de ozônio devido à proximidade com a linha do Equador.

Segundo os pesquisadores, quando os agentes poluentes, como os gases de carros, interagem com luz solar mais intensa e temperaturas mais altas as reações químicas que geram o ozônio são aceleradas.

As altas temperaturas dos trópicos também aumentam o movimento vertical do ar, o que transporta as substâncias que formam o ozônio até lugares mais altos na troposfera, onde se conservam por mais tempo e geram mais ozônio.

O ozônio, quando concentrado na estratosfera, protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. No entanto, é prejudicial quando se forma na troposfera e é considerado como uma das principais causas dos problemas coronários e respiratórios derivados da poluição do ar.

Os autores do estudo alertam que, como futura estratégia política, as emissões deveriam ser reduzidas nas regiões próximas à linha do Equador, sobretudo naquelas onde houve aumento.

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