Vacina amplamente protetora atuaria contra família do vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia (Tang Ming Tung/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 15 de julho de 2021 às 07h00.
Mais de 20 grupos de pesquisa estão tentando desenvolver vacinas "amplamente protetoras" para atuar contra a família de vírus do SARS-CoV-2, vírus responsável pela pandemia do coronavírus.
A vacina contra múltiplos coronavírus pode estar disponível dentro de 5 anos, de acordo com especialista ao site de notícias Insider.
Já existe uma organização por trás dos grupos de pesquisa: em março, a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês) anunciou até 200 milhões de dólares para vacinas "amplamente protetoras" contra a família do SARS-CoV-2.
A CEPI foi cofundada pela Fundação Bill e Melinda Gates em 2017, a instituição filantrópica Wellcome Trust e diversos países. O objetivo por trás da organização é financiar pesquisas de imunizantes que atuam contra doenças emergentes no mundo.
A organização já investiu 33 milhões de dólares em vacinas biotecnológicas dos Estados Unidos e 170 milhões de dólares em pesquisa sobre vacina contra múltiplas variantes da covid-19, desenvolvido na Coréia do Sul.
Para Nick Jackson, chefe de programas e tecnologia inovadora da CEPI, a organização quer criar "bibliotecas" de vacinas para cada ameaça futura potencial. "Portanto, se a Doença X surgir na África Subsaariana, temos uma solução em nossa biblioteca que pode ser usada imediatamente", disse Jackson.
As vacinas amplamente protetoras "cobririam a maioria das ameaças de coronavírus conhecidas". Existe a possibilidade delas protegerem até contra vírus desconhecidos, caso sejam "realmente bem-sucedidas".
Vale ressaltar que a vacina focaria somente na família do vírus responsável pela pandemia. Uma vacina de coronavírus universal, ou seja, para todos os coronavírus, é "potencialmente inviável", já que a família é gigantesca demais.
Jackson acredita que a vacina amplamente protetora deve estar disponível daqui três a cinco anos. Já Kirsty Le Doare, professora de Vaccinologia e Imunologia do Imperial College London, disse ao Insider que levaria de cinco a dez anos de investimento contínuo para desenvolvê-la.
Le Doare afirma que não houve investimento até então, apesar da comunidade científica sempre ter tido a oportunidade de produzir a vacina.
Com a pandemia causando mais de 4 milhões de mortes no mundo e empresas farmacêuticas como a Pfizer, que deve lucrar 44 bilhões de dólares em 2021, a perspectiva sobre o mercado de vacinas definitivamente mudou.
De acordo com estimativa da Airfinity, fabricantes de vacinas contra a covid-19 devem gerar até 190 bilhões de dólares em vendas neste ano, caso atinjam as metas de produção.