Ciência

Eficácia da vacina da Pfizer em crianças é de apenas 12%? Entenda

Resultados de estudo dos EUA mostram que a "vacina infantil" pode não ser tão resistente à ômicron, indicando necessidade de uma dose maior

 A farmacêutica Pfizer afirmou nesta sexta-feira que espera iniciar em janeiro a entrega de doses para crianças de sua vacina contra Covid-19 ao governo brasileiro (BSR Agency/Getty Images)

A farmacêutica Pfizer afirmou nesta sexta-feira que espera iniciar em janeiro a entrega de doses para crianças de sua vacina contra Covid-19 ao governo brasileiro (BSR Agency/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 31 de março de 2022 às 16h33.

Última atualização em 31 de março de 2022 às 16h48.

Um estudo divulgado pela Universidade Estadual de Nova York constatou que a vacina da Pfizer reduz em apenas 12% os casos de covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Porém, existem possíveis explicações por trás do número tão baixo — e que não dizem nada a respeito da eficácia do imunizante, que já foi aplicado mais de 600 milhões de vezes pelo mundo.

A pesquisa focou na população dos EUA e analisou os casos da doença entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, quando a onda da variante ômicron tomou conta do país. A cepa não só aumentou o número de casos e mortes, como também era mais resistente às vacinas disponíveis.

Para comparação, a eficácia registrada pela Pfizer da vacina em crianças de 5 a 11 anos era de 68% antes da ômicron. Ao mesmo tempo, no mesmo estudo, adolescentes entre 12 a 17 anos não apresentaram uma queda tão drástica: a proteção caiu de 66% para 51%.

Então, por que a resistência parece ser menor em crianças? Além da ômicron, a resposta pode estar na dose.

Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, crianças de 5 a 11 anos recebem duas doses de 0,2 ml cada uma (10 microgramas) do imunizante da Pfizer. Adolescentes e adultos recebem 30 microgramas em cada dose.

O estudo também mostra que a queda de eficácia contra a covid grave também é grande, de 100% para 48% em crianças. Em adolescentes, cai de 94% para 73%.

Como não há uma diferença fisiológica tão grande entre adolescentes de 12 e 13 anos aos de 11 anos, por exemplo, os pesquisadores por trás do estudo acreditam que a dose mais baixa pode explicar os resultados.

A dose menor em crianças foi recomendada como uma possível tentativa de minimizar efeitos colaterais da vacina. Porém, o estudo conclui que isso pode comprometer a proteção.

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