Casamento: tendemos a nos relacionar com quem tem certas regiões do DNA parecidas com as nossas (Mauricio Melo/Contigo)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2016 às 16h54.
Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 18h39.
Nós buscamos quem é parecido conosco. Pessoas com alto grau de escolaridade, por exemplo, geralmente buscam parceiros com o mesmo nível de estudo e de social.
Para a psicologia, isso acontece porque buscamos familiaridade e alguém que pense como a gente. Mas agora a genética também tem algo a dizer sobre a sua vida amorosa.
Um novo estudo da Universidade de East Anglia trouxe evidências genéticas de que também tendemos a nos relacionar com quem tem certas regiões do DNA parecidas com as nossas.
Os pesquisadores analisaram material genético de 1.600 casais no Reino Unido. Eles analisaram loci, os locais dos cromossomos em que ficam certos marcadores genéticos associados à educação.
Fizeram isso baseados em estudos anteriores que mostram uma correlação entre a presença de determinados genes e um grau de escolaridade maior, por exemplo.
A primeira etapa do estudo foi ver se, de fato, esses marcadores genéticos refletiam o grau de escolaridade dos voluntários, confirmando os estudos anteriores.
Depois, veio a parte realmente nova do estudo: eles pegaram esse mesmo locus mas, ao invés de comparar com a escolaridade da própria pessoa, compararam com a escolaridade do parceiro dela.
E perceberam que as pessoas que tinham predisposição à alta escolaridade programada diretamente no seu código genético eram as mesmas que casavam com pessoas mais estudadas.
Esse resultado indica duas coisas: a primeira é que nosso DNA pode indicar com que tipo de pessoa teremos relacionamentos; e a segunda é que os parceiros tendem a ter marcadores genéticos parecidos no que se refere à educação.
Resumindo: pessoas com predisposição genética a maior escolaridade se casam com pessoas que estudaram mais (e vice-versa, é claro).
Uma das preocupações dos pesquisadores é que o efeito social dessa “seleção genética” aumente a desigualdade. Funcionaria assim: as pessoas mais inteligentes e estudadas casariam entre si.
Teriam filhos com chances maiores de predisposição genética à altos graus de escolaridade. Dessa forma, a “inteligência” e o sucesso intelectual e material ficariam cada vez mais concentrados em certos superclãs.
Outros estudos precisam ser realizados para apoiar uma teoria como essa, que coloca os genes no centro do destino humano, bem acima de outros fatores ambientais e sociais.
E você: acha que seu diploma (e seu casamento) já vieram programados dentro das suas células?