Ciência

Dispositivo a laser encontra e destrói células cancerígenas, diz estudo

Dispositivo chamado citofone pode auxiliar no tratamento de melanoma

Câncer: novo dispositivo pode destruir células cancerígenas (Reprodução/Getty Images)

Câncer: novo dispositivo pode destruir células cancerígenas (Reprodução/Getty Images)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 20 de junho de 2019 às 08h59.

Última atualização em 20 de junho de 2019 às 08h59.

São Paulo - Em um estudo publicado pela revista Science Translational Medicine, pesquisadores demonstraram que um novo dispositivo a laser é 96% mais sensível do que o existente atualmente. Chamado de citofone, ele foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos.

Conforme destacado pelos autores do estudo, esse novo dispositivo a laser poderá identificar células que causam o câncer de pele do tipo melanoma, e eliminá-las com mais facilidade. No entanto, é necessário identificar a existência do câncer antes que este tenha a chance de se espalhar pelo corpo humano. O melanoma é um câncer capaz de espalhar a sua fonte original para outras áreas corporais logo no início da doença

O citofone é capaz de captar células de melanoma que circulam pelos vasos sanguíneos do organismo, quando estão próximos da superfície e são aquecidos. Quando a temperatura aumenta, a coloração das células escurece, o que gera uma onda acústica facilmente detectada. Os autores do estudo afirmam, porém, que o dispositivo não consegue identificar uma célula que esteja sozinha e imóvel no meio do sangue.

Além de identificá-las, o dispositivo também pode destruí-las. Após um tratamento de cerca de uma hora, os níveis das células cancerígenas no corpo humano diminuíram consideravelmente. Essa ação pode não ser suficiente para acabar com a doença, mas, em conjunto com outros tratamentos já existentes, é capaz que o desempenho da remoção do câncer se torne mais eficaz.

Para comprovação da hipótese, 28 pacientes com melanoma foram submetidos ao teste com o citofone, que conseguiu identificar a presença de células cancerígenas circulantes em 27 destes. Entretanto, apenas 3 pacientes desses possuíam a doença em um nível avançado. Esse número precisa aumentar em futuros testes para que o dispositivo se torne algo promissor para o tratamento de células cancerígenas.

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