Ciência

Dinamarca alerta mutação de coronavírus que coloca todas vacinas em risco

Diversas variantes do coronavírus foram encontradas em visons e já infectaram humanos, inclusive uma versão que reduz a eficácia de anticorpos da covid-19

 (Dado Ruvic/Reuters)

(Dado Ruvic/Reuters)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 09h23.

Última atualização em 6 de novembro de 2020 às 16h43.

Na Dinamarca, pesquisadores encontraram uma mutação do coronavírus que é menos sensível aos anticorpos de pacientes que tiveram covid-19 e coloca todas as vacinas em desenvolvimento em risco. Em um relatório da agência de doenças infecciosas do país, especialistas afirmam que a variante mais preocupante do coronavírus foi encontrada em apenas 12 pessoas. A versão do vírus viria do vison e, por isso, o país planeja abater 17 milhões de animais da espécie para conter a propagação da mutação.

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Desde de junho 214 pessoas foram diagnosticadas com mutações do coronavírus relacionadas ao vison. Foram encontradas quatro alterações diferentes na espícula de proteína spike, usada para o vírus se prender a células humanas e causar a infecção. Uma das mutações é a chamada “Cluster 5”, que é mais resistente aos anticorpos de pessoas que tiveram a covid-19 (Sars-CoV-2).

Entre as 12 pessoas infectadas com a variante mais perigosa do vírus, 11 delas eram da região da Jutlândia do Norte, no noroeste do país, e uma na Zelândia. “A melhor maneira de se livrar dessa variante é geralmente desacelerar a propagação da infecção”, segundo o relatório.

A agência dinamarquesa alerta que o vírus não é mais infeccioso do que a variante que causou a pandemia global de covid-19, mas ela pode prejudicar a eficácia das vacinas que estão em desenvolvimento no mundo. “Essa descoberta é preocupante, pois pode ter um impacto potencial no futuro efeito de uma futura vacina contra a covid-19 na infecção com esta e outras novas variantes do vison. Também pode representar um risco de comprometimento da imunidade após a infecção por covid-19”, de acordo com o relatório, que também alerta para o risco de reinfecções em razão das mutações.

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