Ebola: tratamentos experimentais conseguiram reduzir a taxa de mortalidade do vírus no Congo (Olivia Acland/Reuters)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 12 de agosto de 2019 às 19h12.
Última atualização em 12 de agosto de 2019 às 19h15.
São Paulo – Cientistas estão trabalhando no Congo podem ter descoberto a cura para uma das doenças mais mortais da humanidade, o ebola. De acordo com a Wired, Depois de uma série de testes clínicos, a Organização Mundial da Saúde, em conjunto com outras instituições médicas, anunciou que dois tratamentos experimentais conseguiram aumentar drasticamente as chances de sobrevivência dos pacientes.
“De agora em diante, nós não vamos mais dizer que o ebola não tem cura”, disse Jean-Jacques Muyembe, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica no Congo. Os resultados foram obtidos a partir de testes iniciados em novembro na região leste do país, onde um surto deixou mais de 2,8 mil pessoas infectadas e preocupa o continente africano.
Mortal, o ebola é altamente contagioso e pode ser transmitido por humanos e outros mamíferos pelo contato com o sangue ou por outros fluidos corporais de pessoas ou animais infectados. Os sintomas, que incluem febre, diarreia e dores musculares, tendem a aparecer até três semanas após a infecção. Os pacientes que não resistem à enfermidade morrem pouco mais de duas semanas depois do diagnóstico.
Divididos em grupos, os pacientes receberam um antiviral ou três tipos de anticorpos monoclonais. A taxa de mortalidade de 75% foi reduzida para 49%, 34% e 29% com o uso de diferentes coquetéis de medicamentos monoclonais. Os resultados foram ainda melhores em pacientes que receberam o tratamento nos primeiros dias após estarem doentes. Neste caso, o índice de fatalidade caiu para 6% com o tratamento realizado com remédios da empresa Regeneron Pharmaceuticals.
Apesar da notícia ser positiva, ainda há muito o que ser feito para erradicar a doença. “As notícias de hoje nos colocam um passo mais próximo de salvarmos mais vidas”, afirmou Mike Ryan, diretor da OMS. “Mas ainda há muitas pessoas distantes desses centros de tratamentos e que não são encontradas a tempo para se beneficiarem dessas terapias.”
Vale lembrar que uma vacina experimental já estar sendo utilizada no Congo desde 2018, ainda não haviam registros de tratamentos efetivos que pudessem agir de forma reativa contra o vírus. Ou seja, enquanto a vacina apenas ajudava a prevenir a infecção, não havia uma resposta médica eficiente para tratar os pacientes que já haviam contraído o vírus.