Ciência

Cura para diabetes? Pesquisadores do Canadá acreditam ter encontrado uma

Através de um novo processo com células-tronco, a equipe de pesquisa foi capaz de curar a diabetes em camundongos

Diabetes: de acordo com a OMS, cerca de 422 milhões de pessoas vivem com diabetes no mundo (Willie B. Thomas/Getty Images)

Diabetes: de acordo com a OMS, cerca de 422 milhões de pessoas vivem com diabetes no mundo (Willie B. Thomas/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 20h29.

Cientistas da Universidade de Alberta, no Canadá, acreditam ter encontrado uma cura para a diabetes. Através de um novo processo com células-tronco, a equipe de pesquisa foi capaz de curar a diabetes em camundongos, com esperança de que o processo também funcione em humanos.

Dr. James Shapiro, principal pesquisador do projeto, afirmou à CTV News Edmonton que a equipe foi capaz de colaborar com especialistas de todo o mundo para transformar o sangue do próprio paciente em células produtoras de insulina.

"Agora estamos no ponto em que podemos fabricar com segurança células produtoras de insulina a partir do sangue de pacientes com diabetes tipo 1 ou 2", disse ele. "Colocar essas células em camundongos diabéticos e reverter a diabetes até o ponto em que a doença esteja totalmente curada."

“É necessário que haja dados preliminares e que um determinado grupo de pacientes demonstrem ao mundo que isso é possível, seguro e eficaz”.

Vinte anos atrás, Shapiro fez história com o "Protocolo de Edmonton", um procedimento que dá aos pacientes novas células produtoras de insulina, graças a transplantes de ilhotas, grupo de células do pâncreas que produzem insulina e glucagon, de doadores de órgãos.

Porém, esse procedimento requer o uso de fortes medicamentos anti-rejeição que carregam efeitos colaterais significativos. Dr. Shapiro afirmou que este novo processo de células-tronco eliminaria tal problema. "Se forem células próprias, os pacientes não irão rejeitar".

De acordo com Shapiro, mais testes serão necessários antes que a equipe possa transferir os testes de animais para pessoas. “É necessário que haja dados preliminares e que um determinado grupo de pacientes demonstrem ao mundo que isso é possível, seguro e eficaz”.

O pesquisador acrescentou que a falta de financiamento é um grande obstáculo, e que um pequeno grupo de voluntários pretende arrecadar US$ 22 milhões até 2022 para financiar pesquisas em parceria com a Fundação do Instituto de Pesquisa da Diabetes do Canadá.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 422 milhões de pessoas vivem com diabetes no mundo, com 1,6 milhão de mortes atribuídas diretamente à doença a cada ano.

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