Ciência

'Cúpula de Michelangelo' de Leonardo quer proteger cidades de ameaças

Projeto reúne redes integradas e sensores avançados para proteger áreas estratégicas até o fim da década

Defesa: tecnologia conecta múltiplas plataformas e acelera decisões em operações de segurança no continente. (Freepik IA /Freepik)

Defesa: tecnologia conecta múltiplas plataformas e acelera decisões em operações de segurança no continente. (Freepik IA /Freepik)

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 10h52.

A empresa italiana Leonardo apresentou um novo sistema de proteção com inteligência artificial (IA) voltado para cidades e infraestrutura crítica, em um momento de expansão dos investimentos em defesa na Europa.

O projeto, chamado de “Cúpula de Michelangelo”, integra sensores e plataformas capazes de detectar e neutralizar ameaças aéreas e marítimas, incluindo mísseis e drones. A iniciativa faz parte do movimento regional para ampliar capacidades soberanas diante do cenário geopolítico.

Segundo a CNBC, a empresa informou que o sistema seguirá uma arquitetura aberta, o que permitirá operação conjunta com equipamentos de diferentes países. De acordo com o CEO Roberto Cingolani, a evolução dos riscos exige que redes de defesa sejam desenvolvidas de forma integrada e com cooperação internacional. A meta da Leonardo é colocar a solução em operação plena até o fim da década.

Pressão por aumento de investimentos e integração tecnológica

Governos europeus ampliaram compromissos de gasto em defesa após sinais de redução do apoio dos Estados Unidos. A União Europeia lançou um programa de 150 bilhões de euros para financiar compras de equipamentos e fortalecer a capacidade industrial. Na OTAN, os países membros estabeleceram objetivo de elevação dos investimentos em defesa e segurança até 2035.

Especialistas afirmam à CNBC que o setor passa por um movimento de migração de investimentos isolados para sistemas de comando integrados. Segundo Loredana Muharremi, da Morningstar, a vantagem competitiva no campo militar está na rede capaz de reunir todas as plataformas em um único ciclo de decisão.

Já Meghan Welch, da Brown Gibbons Lang & Company, aponta riscos relacionados a prazos de execução e à dependência dos processos de licitação europeus.

As ações da companhia acumulam alta de cerca de 77% desde janeiro, acompanhando o avanço das empresas europeias do setor. BAE Systems, Rheinmetall e Thales também registraram fortes valorizações em 2025.

O avanço tecnológico também impulsiona startups do segmento. A alemã Helsing captou 600 milhões de euros em junho e dobrou seu valor de mercado para 12 bilhões de euros. A Quantum Systems informou que triplicou seu valuation para mais de 3 bilhões de euros após nova rodada de investimentos.

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