Ciência

Cuba inicia testes de sua vacina contra o coronavírus em humanos

Cuba informou os resultados da vacina contra o novo coronavírus devem ser publicados em fevereiro de 2021

Vacinas: testes serão realizados com 676 pessoas entre 19 e 80 anos (Paul Biris/Getty Images)

Vacinas: testes serão realizados com 676 pessoas entre 19 e 80 anos (Paul Biris/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 07h01.

Última atualização em 19 de agosto de 2020 às 07h03.

Cuba começará na próxima semana os ensaios clínicos em humanos de seu projeto de vacina contra covid-19, o "Soberana 01", cujos resultados estão programados para fevereiro de 2021, informaram as autoridades sanitárias nesta terça-feira. 

O Registro Público de Ensaios Clínicos de Cuba e o Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos autorizaram o início dos ensaios em 676 pessoas entre 19 e 80 anos.

O recrutamento de candidatos começará no próximo dia 24 de agosto e terminará no final de outubro.

Essas pessoas não devem ter "alterações clinicamente significativas" e devem dar seu consentimento por escrito para receber a dose, disseram as autoridades.

A conclusão do estudo está prevista para 11 de janeiro e os resultados ficarão prontos em 1º de fevereiro de 2021 e publicados em 15 de fevereiro.

"Embora haja vacinas de outros países, precisamos das nossas para ter soberania", disse o presidente Miguel Díaz-Canel em 19 de maio.

No sábado, as autoridades russas relataram avanços na produção da vacina Sputnik V. Chegaram a manifestar a intenção de produzi-la com Cuba. No entanto, a ilha socialista não se pronunciou oficialmente sobre a oferta.

O chefe da Epidemiologia Cubana, Francisco Durán, disse que a expectativa é que o país tenha acesso à vacina no primeiro trimestre de 2021.

Pesquisadores ocidentais duvidam do produto russo e estão progredindo em vários projetos.

Na América Latina, Argentina e México anunciaram recentemente um acordo para produzir o projetado pela AztraZeneca e a Universidade de Oxford.

O governo cubano costuma ressaltar o desenvolvimento de sua biotecnologia e apontar entre suas conquistas a própria vacina contra hepatite B.

Com 11 milhões de habitantes, a ilha conseguiu conter a nova pandemia do coronavírus, com 3.408 casos, 88 mortos e 2.794 curados até a última segunda-feira.

Um surto recente obrigou as autoridades a reforçar as medidas de prevenção em Havana.

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