Ciência

Crianças que apanham têm relacionamentos violentos, diz estudo

Castigos corporais estão correlacionados a comportamentos agressivos em relacionamentos de jovens adultos

 (hjalmeida/Thinkstock)

(hjalmeida/Thinkstock)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 9 de dezembro de 2017 às 07h00.

Última atualização em 9 de dezembro de 2017 às 07h00.

São Paulo – Crianças que apanham tendem a ter relacionamentos violentos no futuro, de acordo com um estudo realizado por uma equipe de especialistas em comportamento da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

A pesquisa envolveu 758 jovens, homens e mulheres, de 20 anos de idade ao longo de cerca de cinco anos. Ou seja, eles começaram a participar do estudo quando tinha entre 14 e 16 anos.

O resultado: 19% dos participantes reportaram ter sido violentos em seus relacionamentos. Deles, 68% disseram ter recebido castigos corporais na infância. O estudo constata uma correlação entre os acontecimentos, e não uma relação direta de causa e efeito.

Outra pesquisa, de 2006, também indica uma ligação entre os castigos corporais e a violência nos relacionamentos de jovens adultos. Ele foi realizado em 19 países, com dados de estudantes de 36 universidades. A conclusão sugere que quem apanhou quando criança, apresentou uma taxa média de agressão em relacionamentos como jovens adultos de 30% (variando de 15% a 47%). Além disso, 7% informaram ter ferido um parceiro amoroso. Ele pode ser lido na íntegra aqui.

Como indica o IFLScience, o novo estudo é um complemento para um crescente corpo de pesquisas científicas sobre os castigos corporais e seus efeitos futuros. No entanto, ainda é preciso fazer mais estudos sobre o tema.

"Sabemos que o fato de vivenciar eventos adversos na infância está ligado a uma série de problemas de mentais e de saúde física em curto e em longo prazo, e as palmadas devem ser consideradas eventos adversos na infância", disse Jeff Temple, diretor de saúde comportamental e pesquisa na Universidade do Texas, ao IFLScience.

Acompanhe tudo sobre:CriançasEducaçãoPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido