Ciência

Crânio mais antigo já encontrado no Uruguai ganha rosto

Restos de uma mulher entre 35 e 45 anos que viveu há cerca de 1.600 anos foram encontrados ao leste do Uruguai

Crânio encontrado: para os uruguaios, será a possibilidade de conhecer o habitante mais antigo de seu território já encontrado (EFE/EFE)

Crânio encontrado: para os uruguaios, será a possibilidade de conhecer o habitante mais antigo de seu território já encontrado (EFE/EFE)

A

AFP

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 20h40.

Olhos escuros e pele levemente acobreada, maçãs do rosto salientes e uma expressão quase sorridente: assim é o rosto da "avó dos uruguaios" recriado mediante técnicas forenses digitais.

A imagem é projetada em uma parede do Museu de Arte Pré-colombiana e Indígena (MAPI) de Montevidéu, onde o especialista em reconstruções faciais digitais brasileiro Cícero Moraes se prepara para apresentá-la à sociedade.

É o rosto de uma mulher de entre 35 e 45 anos, cujos restos foram encontrados ao leste do que hoje é o território do Uruguai. Viveu há cerca de 1.600 anos e seu crânio é o mais antigo encontrado no país.

"Na reconstrução, pegamos o crânio digitalizado em 3D, colocamos marcadores de tecido mole, que são informações estatísticas, e cruzamos estas informações com um modelo anatômico. Depois fazemos uma escultura digital, pigmentamos o crânio para dar cor, colocamos cabelo, e finalmente o apresentamos", explica Moraes à AFP.

Para os uruguaios, será a possibilidade de conhecer o habitante mais antigo de seu território já encontrado.

"Esta possibilidade de colocar rosto ao que não tem rosto no Uruguai, justamente pelo desaparecimento de grupos indígenas (...), é um marco na história da Antropologia e da Museologia", explicou Facundo Almeida, diretor do MAPI.

O território do Uruguai foi habitado por indígenas charruas, guenoas, minuanos e guaranis.

Acompanhe tudo sobre:MontevidéuMuseusUruguai

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido