Coronavírus: paciente de 60 anos é um caso único no mundo. (Naeblys/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 7 de julho de 2022 às 14h06.
Um homem, de 60 anos, cuja identidade não foi revelada, está há mais de 470 dias testando positivo para a Covid-19: o equivalente a um ano e três meses. Pesquisadores da Universidade de Yale, uma das mais conceituadas nos Estados Unidos, afirmam que ele é o paciente que mantém o vírus vivo no corpo pelo maior tempo no mundo.
A situação é diferente da chamada Covid longa, pois nesse caso, o paciente tem alguns sintomas, mas não possui o vírus circulando no sistema. Os cientistas afirmam que há pelo menos três variantes atuando no corpo do paciente neste momento e acreditam que o vírus sofra mutações. As mudanças no genoma estão acontecendo duas vezes mais rápido do que o normal, o que faz o paciente se transformar em um provável vetor de transmissão dessas novas cepas.
O homem faz parte do grupo de risco do coronavírus, uma vez que ele é imunocomprometido, ou seja, indivíduo cujo sistema imune é mais fragilizado, tem maior probabilidade de desenvolver formais mais graves da doença e está sendo tratado para linfoma, um tipo de câncer no sistema linfático.
Desde o início da pandemia, há relatos de pessoas que, uma vez contaminadas, ficam meses com o coronavírus circulando no corpo, entretanto, segundo os cientistas, nunca haviam ficado por tanto tempo.
“Essa infecção crônica resulta em uma evolução e divergência acelerada do Sars-CoV-2, um mecanismo que pode potencialmente contribuir para o surgimento de variantes geneticamente diversas”, escreveram os cientistas no artigo.