OMS: A nocividade para a saúde das partículas finas foi demonstrada, especialmente nas áreas urbanas (Lukas Schulze/Getty Images)
AFP
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 09h50.
Reduzir a poluição do ar aos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) poderia prevenir mais de 50.000 mortes por ano na Europa - aponta um estudo publicado nesta quarta-feira (20), que pede uma ação rápida.
A OMS estima que a poluição do ar mata mais de sete milhões de pessoas por ano em todo mundo e também causa doenças e absenteísmo no trabalho.
O limite recomendado pela OMS para partículas finas PM2,5 é de 10 microgramas/m3 como média anual e, para o dióxido de nitrogênio (NO2), 40 μg/m3 como média anual.
A nocividade para a saúde das partículas finas foi demonstrada, especialmente nas áreas urbanas, contribuindo, por exemplo, para mortalidade e doenças cardiovasculares e respiratórias, transtornos na gravidez e no crescimento fetal.
Publicado na revista Lancet Planetary Health, o estudo calculou as mortes prematuras ligadas a esses dois poluentes em 1.000 cidades europeias.
Respeitar as recomendações da OMS permitiria evitar 51.213 mortes prematuras por ano, segundo os pesquisadores.
O estudo "mostra que muitas cidades continuam sem fazer o suficiente contra a poluição do ar", estima Mark Nieuwenhuijsen, do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).
O número de mortes relacionadas com a poluição do ar varia de acordo com a cidade. As mais afetadas se encontram na Polônia, na República Tcheca e na planície de Padana (também conhecida como Vale do Pó), na Itália. Em contraste, a capital da Islândia, Reykjavik, Tromsø na Noruega, Umea na Suécia e Oulu na Finlândia são as menos expostas.
Em média, 84% da população das cidades está exposta a níveis superiores aos recomendados pela OMS para os PM2,5, e 9%, para o NO2.
Segundo Sasha Khomenko, coautor do estudo, é importante aplicar medidas adaptadas às condições locais, pois os níveis de poluição variam. Mudanças devem ser feitas no tráfego rodoviário, na indústria, nos portos e aeroportos, assim como no aquecimento a lenha e a carvão.