Ciência

Consumo de café pode reduzir risco de insuficiência cardíaca, diz estudo

Pesquisadores, porém, não recomendam o aumento no consumo do café para este fim e ressaltam a prática de atividades físicas e os perigos do cigarro

Café: aumento no consumo pode reduzir risco de insuficiência cardíaca (Boy_Anupong/Getty Images)

Café: aumento no consumo pode reduzir risco de insuficiência cardíaca (Boy_Anupong/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 16 de fevereiro de 2021 às 13h18.

Um estudo publicado no início deste mês na revista científica Circulation: Heart Failure aponta que o aumento no consumo de café com cafeína pode ser determinante para a redução do risco de uma pessoa desenvolver problemas relacionados com insuficiência cardíaca.

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“Café e cafeína são frequentemente considerados pela população em geral como ruins para o coração, porque as pessoas os associam a problemas como palpitações e pressão alta”, diz David P. Kao, autor do estudo e professor do Centro de Medicina Personalizada do Colorado, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.

A insuficiência cardíaca é uma doença crônica que pode ocorrer quando o coração não consegue bombear ou encher-se de sangue de forma adequada. Quando isso acontece, uma pessoa pode apresentar sintomas de falta de ar, fadiga, pernas inchadas e aceleração cardíaca. Cerca de metade dos pacientes com insuficiência cardíaca morre em até cinco anos após o diagnóstico.

“A relação consistente entre o aumento da cafeína, o consumo e a diminuição do risco de insuficiência cardíaca podem mudar tal suposição", diz Kao. Para comparar os dados, o pesquisador utilizou técnicas de machine learning que avaliou os dados obtidos em diferentes estudos que relacionam a redução de problemas cardíacos com o consumo de cafeína.

“Os riscos e benefícios de beber café têm sido tópicos de interesse científico contínuo devido à popularidade e frequência do consumo em todo o mundo”, afirmou Linda Van Horn, professora e pesquisadora da Escola de Medicina Feinberg da Universidade de Northwestern.

Cada um dos estudos comparados contou com pelo menos 10 anos de acompanhamento contínuo dos mais de 21 mil voluntários que participaram das pesquisas. Eles foram separados em grupos específicos e submetidos ao consumo de nenhuma, uma, duas, três ou até mais xícaras de café com cafeína por dia.

Nos estudos feitos, o grupo de pessoas que consumiu ao menos uma xícara de café apresentou resultados melhores na prevenção de insuficiência cardíaca contra o grupo que não consumiu cafeína durante o período. Percentualmente, os resultados apontam que o risco de problemas deste tipo diminuiu entre 5% e 12%. No caso de duas xícaras de café, um dos estudos apontou queda de 30%.

Ainda assim, Kuo lembra que “não há evidências suficientemente claras para recomendar o aumento do consumo de café como método para diminuir o risco de doenças cardíacas”. O pesquisador afirma que ações como parar de fumar, entrar em forma e realizar exercícios regularmente são atividades consideradas ideais para este fim.

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