Ciência

Conheça as 20 mulheres que já ganharam o Nobel da Paz

No total, 67 mulheres já venceram alguma categoria da premiação entre 1901 e 2025

Maria Corina Machado: a líder da oposição venezuelana é a vencedora do Nobel da Paz de 2025 (PEDRO MATTEY/AFP)

Maria Corina Machado: a líder da oposição venezuelana é a vencedora do Nobel da Paz de 2025 (PEDRO MATTEY/AFP)

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 09h13.

Última atualização em 10 de outubro de 2025 às 09h17.

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado foi anunciada, nesta sexta-feira, 10, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, em reconhecimento à sua “incansável defesa dos direitos democráticos do povo da Venezuela” e ao esforço “por uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, segundo o Comitê do Nobel.

Machado é a 20ª mulher a ser premiada com o Nobel da Paz. Figura central da oposição ao regime de Nicolás Maduro, ela se consolidou como um dos principais símbolos da resistência civil na América Latina. Mesmo sob ameaças, perseguições e impedida de disputar as eleições de 2024, permaneceu no país, em um gesto que, segundo o Comitê do Nobel, inspirou milhões de venezuelanos.

Desde 1901, o Nobel da Paz foi concedido 106 vezes a 143 vencedores, sendo 112 pessoas e 31 organizações. A mais jovem laureada foi Malala Yousafzai, aos 17 anos.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é a entidade mais premiada, com três vitórias (1917, 1944 e 1963), seguido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que venceu duas vezes (1954 e 1981).

Ao longo da história do Nobel, 67 mulheres já foram reconhecidas em diferentes categorias, com 68 prêmios concedidos — número que inclui a física e química Marie Curie, única mulher laureada duas vezes.

Conheça as vencedoras do Nobel da Paz:

1 - Maria Corina Machado (2025)

“Por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia.”

2 - Narges Mohammadi (2023)

A ativista iraniana foi premiada por “sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e por sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos.”

3 - Maria Ressa (2021)

A jornalista filipina Maria Ressa, cofundadora do veículo online Rappler, foi premiada ao lado do jornalista russo Dmitry Muratov, editor-chefe do Novaya Gazeta, “por seus esforços para proteger a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura.”

4 - Nadia Murad (2018)

Sobrevivente yazidi do genocídio do Estado Islâmico no Iraque, Nadia Murad tornou-se porta-voz internacional contra a violência sexual em conflitos. Recebeu o Nobel “por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e de conflito armado.”

5 - Malala Yousafzai (2014)

A paquistanesa Malala Yousafzai sobreviveu a um atentado do Talibã por defender a educação de meninas. Aos 17 anos, tornou-se a mais jovem vencedora do Nobel da Paz. Recebeu o prêmio “por sua luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação.”

6 - Ellen Johnson Sirleaf (2011)

Primeira mulher eleita presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf foi reconhecida por sua liderança na reconstrução pós-guerra. Recebeu o Nobel “por sua luta não violenta pela segurança das mulheres e pelo direito das mulheres à plena participação no trabalho de construção da paz.”

7 - Leymah Gbowee (2011)

Ativista liberiana, Leymah Gbowee liderou um movimento feminino pela paz que ajudou a encerrar a guerra civil no país. Foi premiada junto com Ellen Johnson Sirleaf e Tawakkol Karman.

8 - Tawakkol Karman (2011)

Jornalista e ativista iemenita, Tawakkol Karman fundou o grupo “Mulheres Jornalistas Sem Correntes” e enfrentou prisões e ameaças por sua atuação democrática. Foi premiada junto com Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee em 2011.

9 - Wangari Maathai (2004)

A queniana Wangari Maathai, professora e ativista ambiental, fundou o Green Belt Movement. Foi reconhecida “por sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz”, tornando-se a primeira mulher africana a vencer o Nobel da Paz.

10 - Shirin Ebadi (2003)

Primeira mulher juíza do Irã, Shirin Ebadi se tornou advogada de perseguidos políticos e defensora de reformas legais em favor de mulheres e crianças. Recebeu o prêmio “por seus esforços em prol da democracia e dos direitos humanos”.

11 - Jody Williams (1997)

A americana Jody Williams liderou uma mobilização global pelo banimento das minas terrestres e foi premiada “por seu trabalho pelo banimento e remoção de minas antipessoais”, em parceria com a ICBL.

12 - Rigoberta Menchú Tum (1992)

Líder indígena guatemalteca, Rigoberta Menchú Tum foi reconhecida “por sua luta por justiça social e reconciliação etnocultural com base no respeito aos direitos dos povos indígenas.”

13 - Aung San Suu Kyi (1991)

Filha do herói da independência de Mianmar, Aung San Suu Kyi liderou a oposição ao regime militar inspirada nos ideais de Gandhi. Recebeu o Nobel “por sua luta não violenta pela democracia e pelos direitos humanos.”

14 - Alva Myrdal (1982)

Diplomata e política sueca, Alva Myrdal foi uma das principais vozes internacionais pelo desarmamento nuclear, atuando na ONU e na Unesco.

15 - Madre Teresa (1979)

Missionária na Índia, Madre Teresa fundou as Missionárias da Caridade. Foi reconhecida “por seu trabalho em levar ajuda à humanidade que sofre”.

16 - Betty Williams (1976)

Após testemunhar a morte de três crianças em Belfast, Betty Williams organizou manifestações pela paz entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte.

17 - Mairead Corrigan (1976)

Tia das três crianças mortas, Mairead Corrigan se uniu a Betty Williams para criar o Community of Peace People.

18 - Emily Greene Balch (1946)

Socióloga norte-americana, Emily Greene Balch dedicou sua vida ao desarmamento e à defesa dos direitos civis.

19 - Jane Addams (1931)

Assistente social, filósofa e feminista, Jane Addams foi reconhecida “por seus esforços diligentes para reviver o ideal de paz e reacender o espírito de paz em sua nação e no mundo”.

20 - Bertha von Suttner (1905)

Escritora e pacifista austríaca, Bertha von Suttner influenciou Alfred Nobel a criar o prêmio e recebeu o Nobel da Paz “por sua coragem em se opor aos horrores da guerra”.

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