Vacina Clover: dos casos positivos, 38% foram provocados pela variante delta, 25% pela MU, 9% pela gama e 8% pela beta, entre outros (Morsa Images/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 27 de setembro de 2021 às 17h51.
Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 17h57.
Os estudos de fase 3 da vacina Clover, da fabricante chinesa Sichuan Clover Biopharmaceutical, mostraram 100% de eficácia contra casos graves e hospitalização para qualquer cepa circulante do novo coronavírus. A eficácia contra casos leves e moderados foi de 84% — sendo de 79% para delta e 92% para gama, as variantes que circulam no Brasil.
A pesquisa, que começou em março passado, foi realizada com 30.000 voluntários em cinco países, em quatro continentes, incluindo o Brasil. Os resultados já foram enviados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e uma reunião deve ocorrer nos próximos dias.
A coordenadora dos testes no Brasil, Sue Ann Costa Clemens, ressalta que além da alta eficácia o destaque da nova vacina é atuar contra as variantes que mais preocupam.
"Isso é importante porque, no geral, as vacinas foram desenvolvidas para mostrar eficácia contra a cepa original. Todos os casos positivos que surgiram ao longo do estudo foram sequenciados e não foi detectado nenhum da cepa original, em nenhum país. Isso mostra que essa ela foi substituída a nível mundial em apenas um ano", afirma Clemens, que é chefe do comitê científico da Fundação Bill e Melinda Gates, docente de Oxford, diretora do primeiro mestrado em vacinologia do mundo, na Universidade de Siena, e ganhadora do Prêmio Faz Diferença.
Dos casos positivos, 38% foram provocados pela variante delta, 25% pela MU, 9% pela gama e 8% pela beta, entre outros.
A vacina da Clover é recombinante da proteína S do Sars-CoV-2, aplicada em duas doses com intervalo de 22 dias. Sua submissão já foi iniciada na Europa, junto à Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Caso seja aprovada, neste ano, será a primeira usando essa tecnologia na Europa.