Ciência

Como um novo planeta é formado? Estas imagens podem ajudar a descobrir

Imagens capturadas por pesquisadores no Chile podem ajudar a entender a formação planetária

Imagens feitas por meio de cálculos matemáticos podem ajudar a entender como os planetas são formados (./Reprodução)

Imagens feitas por meio de cálculos matemáticos podem ajudar a entender como os planetas são formados (./Reprodução)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 13h42.

Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 15h04.

Pesquisadores do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), no Chile, conseguiram capturar novas imagens que podem ajudar os cientistas a entender melhor a formação planetária. As imagens, consideradas extraordinariamente raras, mostram o nascimento de planetas a centenas de anos-luz de distância da Terra.

As imagens mostram o que os astrônomos chamam de “discos protoplanetários”. Esse fenômeno já havia sido registrado antes, mas nunca com tantos detalhes. Nas novas imagens, é possível observar com mais precisão as áreas internas ao redor de estrelas jovens, que acumulam poeira e gás, onde os planetas estão começando a tomar forma.

O trabalho está sendo liderado pelo pesquisador Jacques Kluska, da Universidade Católica de Louven, na Bélgica. “Precisávamos visualizar esses detalhes para identificar padrões que pudessem revelar a formação do planeta e caracterizar as propriedades dos discos”, disse Kluska.

Kluska explica que os pontos de luz mais brilhantes e mais escuros podem significar um sinal de que “pode haver a existência de instabilidades no disco que podem levar a vórtices onde o próprio disco acumula os grãos de poeira espacial”. Esses grãos se juntam, crescem e evoluem um planeta.

Trabalho do pesquisador Jacques Kluska quer identificar padrões em relação ao acúmulo de grãos e poeira no espaço (Jacques Kluska et al)

Para que as imagens fossem capturadas, os pesquisadores precisaram usar uma nova técnica de registro chamada de interferometria infravermelha. Esta técnica não produz uma imagem diretamente, como uma fotografia, mas cria um padrão gráfico pelo uso de modelos matemáticos. É algo semelhante ao que foi feito para capturar imagens de um buraco negro.

Para o pesquisador Jean-Philippe Berger, da Universidade Grenobles-Alpes, na França, realizar a distinção de detalhes na escala das órbitas rochosas planetárias “é equivalente a ser capaz de ver um humano na Lua ou conseguir distinguir um fio de cabelo a uma distância de 10 quilômetros.”

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