Dois buracos negros colidem e formam gigante cósmico detectado a bilhões de anos-luz (Universidade Nacional Australiana/SXS/EFE)
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Publicado em 22 de julho de 2025 às 18h53.
Astrofísicos identificaram a maior fusão de buracos negros já observada, que originou em uma estrutura 225 vezes maior que o Sol. O evento envolveu dois corpos com estimativas de 100 e 140 vezes o peso do Sol, o que gerou uma onda gravitacional que se propagou pelo universo.
O sinal foi detectado em 2023 por meio do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO), que possui instalações em Hanford (Washington) e Livingston (Louisiana). A informação foi divulgada em 13 de julho de 2025 durante uma conferência científica em Glasgow, e os resultados foram publicados no repositório arXiv, em etapa anterior à revisão científica.
A duração do sinal foi de apenas 0,2 segundo, o que limita a precisão sobre a origem do fenômeno. Estima-se que a colisão tenha ocorrido a uma distância entre 3 e 13 bilhões de anos-luz da Terra, segundo Mark Hannam, astrofísico da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, que integrou a equipe responsável pela descoberta.
Uma das hipóteses é que os buracos negros envolvidos tenham se formado por meio de fusões anteriores entre estruturas menores. Outra possibilidade é que tenham surgido do colapso de estrelas massivas e rotativas.
A primeira detecção direta de uma onda gravitacional ocorreu em 2015, também com o LIGO. O feito rendeu aos pesquisadores o Prêmio Nobel em 2017. Já em 2019, a ciência divulgou a primeira imagem direta de um buraco negro, localizado no centro de uma galáxia a cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra.