Representação artística da colisão de asteroides captada pelo supertelescópio James Webb (Reprodução: Instituto Johns Hopkins/Divulgação)
Redator na Exame
Publicado em 13 de junho de 2024 às 15h25.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 15h26.
O Telescópio Espacial James Webb (JWST) detectou evidências de uma colisão massiva entre asteroides no sistema estelar Betaciênc Pictoris, localizado a aproximadamente 63,4 anos-luz da Terra. A quantidade de poeira e rochas ejetadas no espaço após o impacto é cerca de 100.000 vezes maior do que a gerada pelo asteroide que causou a extinção dos dinossauros. As informações são da BBC e do Instituto e Universidade Johns Hopkins.
O Beta Pictoris é um sistema estelar relativamente jovem, com cerca de 20 a 25 milhões de anos, em comparação com os 4,6 bilhões de anos do nosso sistema solar. Acredita-se que as descobertas do JWST possam oferecer valiosas informações sobre os primeiros anos de desenvolvimento do nosso próprio sistema solar, especialmente na formação de planetas rochosos e outros corpos celestes.
A descoberta da colisão envolveu a comparação de dados coletados pelo JWST com observações anteriores do Telescópio Spitzer, realizadas entre 2004 e 2005. Essas comparações revelaram mudanças significativas nas assinaturas de energia ao redor de Beta Pictoris, indicando um evento cataclísmico entre dois asteroides ou outros objetos grandes.
A equipe de pesquisa, liderada pela astrônoma Christine Chen, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, identificou que a colisão pulverizou os corpos celestes em partículas de poeira finas, menores que pólen ou açúcar em pó.
As novas observações mostram que a poeira detectada anteriormente pelo Spitzer foi dispersa pela radiação da estrela central do sistema e agora é indetectável. Inicialmente, a poeira próxima à estrela aquecia e emitia radiação térmica que os instrumentos do Spitzer identificavam. Com o tempo, essa poeira esfriou ao se afastar da estrela e deixou de emitir essas características térmicas.
O Beta Pictoris tem sido um ponto focal para os astrônomos devido à sua proximidade e aos processos dinâmicos que ocorrem no sistema, como colisões e intemperismo espacial. O sistema abriga pelo menos dois gigantes gasosos conhecidos, Beta Pic b e c, que influenciam a poeira e os detritos ao seu redor.
As descobertas destacam a capacidade incomparável do Telescópio James Webb de desvendar as complexidades dos exoplanetas e sistemas estelares. Essas observações oferecem pistas cruciais sobre como as arquiteturas de outros sistemas solares podem se assemelhar ao nosso, aprofundando a compreensão dos cientistas sobre como as turbulências iniciais influenciam a atmosfera, o conteúdo de água e outros aspectos essenciais para a habitabilidade dos planetas.
A equipe de pesquisa inclui membros de diversas instituições, como o Space Telescope Science Institute, a Universidade de Rochester, o Observatório Europeu do Sul, a Agência Espacial Europeia, o Instituto Johns Hopkins e o Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa.