Ciência

Coletores menstruais são opção segura, eficaz e econômica, aponta estudo

Este é o primeiro estudo para avaliar o coletor, que são feitos de silicone ou látex, e reuniu 43 trabalhos anteriores com 3.300 mulheres

Coletor Menstrual: Pesquisa mostra que opção não apenas segura, mas eficaz e econômica (Jonathan Torgovnik / Contributor/Getty Images)

Coletor Menstrual: Pesquisa mostra que opção não apenas segura, mas eficaz e econômica (Jonathan Torgovnik / Contributor/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 17 de julho de 2019 às 13h22.

Última atualização em 17 de julho de 2019 às 15h34.

Os coletores menstruais, baratos e reutilizáveis, são tão seguros e eficazes quanto os absorventes higiênicos, compressas e absorventes internos - aponta o primeiro grande estudo científico sobre o assunto, publicado nesta quarta-feira (17).

Cerca de 70% das mulheres que usaram coletores menstruais dizem que preferem continuar a usá-los, de acordo com uma pesquisa publicada pela revista médica "The Lancet Public Health".

Este estudo reúne 43 trabalhos anteriores que incluíram 3.300 mulheres e é o primeiro a avaliar os coletores menstruais, dispositivo pouco conhecido em comparação aos absorventes higiênicos e internos.

"Um total de 1,9 bilhão de mulheres no mundo estão em idade de menstruar e passam, em média, 65 dias por ano menstruadas. No entanto, há poucos estudos de qualidade que comparam os meios de proteção", ressaltou uma das autoras do estudo, Penelope Phillips-Howard, professora da Liverpool School of Tropical Medicine.

Muitas mulheres no mundo não têm acesso a esses meios de proteção, o que pode ser prejudicial para elas na escola, no trabalho, ou em seu cotidiano, afirmam os pesquisadores.

Feito de silicone, ou de látex, os coletores são inseridos na vagina para coletar o sangue menstrual. Eles devem ser esvaziados a cada quatro, ou 12 horas.

O estudo concluiu que eles são tão eficazes quanto absorventes higiênicos e internos e que não representam qualquer risco adicional de infecção.

Cinco casos de síndrome do choque tóxico menstrual foram observados, mas como o número total de usuárias de coletores é desconhecido, os pesquisadores não puderam determinar se o risco era maior do que o dos absorventes internos.

Esta síndrome é causada por uma bactéria, o Staphylococcus aureus, e causa febre, pressão arterial baixa e outros distúrbios potencialmente graves (digestivos, musculares, renais).

Para evitar isso, as autoridades de saúde recomendam não deixar a mesma proteção, absorvente interno, ou coletor, por muito tempo dentro do corpo.

O estudo também analisou o custo dos coletores menstruais. Em alguns países, custam menos de um dólar e são 5% a 7% mais caros do que uma caixa com 12 absorventes higiênicos, ou internos.

No longo prazo, porém, são muito econômicos, porque podem ser reutilizados e duram até dez anos. Nos países mais ricos, alguns modelos podem custar até US$ 40.

"Estes resultados mostram que os coletores podem ser uma opção segura e acessível para as mulheres", disse Julie Hennegan, especialista britânica em Saúde Pública, em um comentário publicado pela "The Lancet Public Health".

Acompanhe tudo sobre:Pesquisas científicasSaúde

Mais de Ciência

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

Por que a teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros pode estar errada