Nariz: os pesquisadores destacam que a história da evolução do nariz é complexa e envolve outros fatores (Mheim3011/Thinkstock)
AFP
Publicado em 17 de março de 2017 às 14h26.
A forma e o tamanho do nariz evoluíram para se adaptar aos diferentes tipos de clima na Terra, revela um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista científica americana PLOS Genetics.
O estudo reforça conclusões precedentes de outros trabalhos que apontaram que as pessoas cujos ancestrais viviam em um clima quente e úmido têm tendência a apresentar um nariz maior do que o de descendentes de populações de regiões frias e secas.
Segundo os pesquisadores, um nariz mais estreito permite ampliar a umidade do ar ao aquecê-lo, o que é bom nas regiões mais frias e secas.
O ar frio e seco não é bom para as vias respiratórias, destaca Arslan Zaidi, do departamento de Antropologia da Universidade Estadual da Pensilvânia.
"Não há um formato de nariz universalmente melhor. A realidade é que nossos ancestrais eram moldados pelo ambiente".
A equipe científica internacional usou imagens em 3D para medir a forma do nariz de 476 voluntários cujos ancestrais viveram no sul e no leste asiático, na África ocidental e no norte da Europa.
Os pesquisadores destacam que a história da evolução do nariz é complexa e envolve outros fatores, inclusive preferências culturais na escolha do parceiro sexual, que pode ter desempenhado um papel.
Examinar esta evolução e como as fossas nasais se adaptaram ao clima pode ter repercussões médicas e antropológicas.
"Os estudos sobre a adaptação humana ao meio ambiente são essenciais para nossa compreensão das doenças e poderão esclarecer as origens de certas patologias, como a anemia por células falciformes, a alergia àlactose ou o câncer de pele, mais frequentes em certas populações".
O aprofundamento da questão pode revelar se a forma e o tamanho da cavidade nasal estão ligados ao risco de se contrair uma doença respiratória quando a pessoa vive em um clima diferente de seus ancestrais.