Ciência

Cientistas questionam papel de asteroide na extinção dos dinossauros

Pesquisadores consideram que erupções vulcânicas podem ter contribuído para a extinção em massa

Visitantes observam o crânio do Tiranossauro Rex no Museu de História Natural de Berlim (Getty Images/Getty Images)

Visitantes observam o crânio do Tiranossauro Rex no Museu de História Natural de Berlim (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 21h52.

Washington - Um grupo de cientistas pôs em dúvida até que ponto o impacto de um enorme asteroide contra a superfície da Terra há 66 milhões de anos foi o responsável pela extinção dos dinossauros, uma teoria amplamente aceita, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista especializada "Science".

O relatório confirma que a queda do asteroide provocou "maciças erupções vulcânicas" no território onde se encontra atualmente a Índia, muito distante do ponto houve o choque com a Terra, no mar do Caribe.

No entanto, os pesquisadores consideram que esta informação "não deixa claro até que ponto as duas catástrofes - o impacto e as erupções - contribuíram para a extinção em massa que matou os dinossauros e muitas outras formas de vida".

O estudo tem foco nos enormes fluxos de lava que surgiram periodicamente ao longo da história da Terra e como afetaram a atmosfera e alteraram o curso da vida no planeta.

Na análise, os cientistas da Universidade da Califórnia detalharam com datas mais precisas as intensas erupções vulcânicas na Índia, que coincidiram com a extinção mundial ao final do Período Cretáceo.

A sequência de erupções durante milhões de anos gerou fluxos de lava a distâncias de pelo menos 500 quilômetros ao longo desse continente.

"Diria, com bastante confiança, que as erupções ocorreram dentro do período de 50 mil anos, e talvez 30 mil anos, após impacto, o que significa que foram sincronizadas", apontou o autor principal do estudo, Paul Renne.

"Essa é uma validação importante da hipótese de que o impacto da lava renovada flui", acrescentou.

As novas datas também confirmam estimativas anteriores de que os fluxos de lava continuaram durante aproximadamente um milhão de anos, mas contêm uma surpresa: três quartos da lava surgiram depois do impacto.

Se a maior parte da lava das Armadilhas de Deccan, no centro-oeste da Índia, tivesse explodido antes do impacto, os gases emitidos durante as erupções podem ter sido a causa do aquecimento global nos últimos 400 mil anos do Cretáceo, quando as temperaturas aumentaram em aproximadamente 8 graus centígrados.

Mas, segundo os autores da pesquisa, se a maior parte da lava das Armadilhas de Deccan surgiu depois do impacto, este cenário "deve voltar a ser pensado".

"Isso muda nossa perspectiva sobre o papel das Armadilhas de Deccan na extinção", afirmou a coautora do estudo, Courtney Sprain, da mesma universidade.

Ou as erupções da região do Deccan não tiveram influência, algo "improvável", disse Courtney, ou muitos gases que modificam o clima surgiram durante o fluxo de volume mais baixo das erupções.

No caso da extinção dos dinossauros, os sintomas de uma mudança climática significativa ocorreram antes do pico nas erupções vulcânicas.

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