Azul é a cor mais quente: pedregulho 6478 Gault deixou a coloração vermelha para trás (MIT/Nasa/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 3 de setembro de 2019 às 16h11.
São Paulo – Pesquisadores e cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) anunciaram na sexta-feira (30) que, pela primeira vez, foi possível observar um asteroide mudando de cor em tempo real. De acordo com o estudo publicado Astrophysical Journal Letter, pedregulho 6478 Gault passou da cor vermelha para o azul.
A descoberta surpreendeu não apenas a comunidade científica, como os próprios astrônomos envolvidos no estudo e que não esperavam testemunhar a alteração cromática no asteroide que orbita entre Marte e Júpiter. “Foi uma grande surpresa”, afirmou Michael Marsset, pós-doutorando da universidade americana.
As razões pelas quais a façanha ocorreu ainda não são claras. De certo, é que foi a primeira vez que os cientistas observaram um asteroide emitindo um rastro de poeira semelhante ao deixado por cometa. A diferença é que, enquanto um asteroide é basicamente uma rocha, os cometas têm sua estrutura formada uma série de gases congelados.
A hipótese mais trabalhada está relacionada com a força centrífuga do asteroide, que segue girando em alta velocidade enquanto viaja. O fenômeno é considerado raro, uma vez que apenas cerca de 10% dos asteroides fazem a rotação em torno de seus eixos em velocidades altas.
Ao girar, o pedregulho libera as camadas de poeira avermelhada, fruto de milhões de anos de exposição ao Sol, no espaço. As camadas inferiores, que não sofreram tanta exposição, então, são liberadas em seguida. Assim, tanto o asteroide, como o rastro, passam a apresentar uma coloração mais fria.