Vida extraterrestre: identificar quais bioassinaturas são exclusivas a vida é um desafio na busca por aliens (Apostoli Rossella/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 25 de maio de 2021 às 13h25.
Última atualização em 27 de maio de 2021 às 12h38.
Pesquisadores da Universidade de Glasgow, em colaboração com a Nasa e a Universidade do Estado de Arizona, afirmam ter criado um método para auxiliar na busca por vida extraterrestre através do monitoramento de sinais moleculares complexos.
O método, chamado Teoria de Montagem, usa espectrometria de massa para quebrar moléculas em pedaços menores e contabilizar elas como partes únicas. Isso dá uma imagem mais clara de como uma determinada assinatura molecular complexa surgiu, se foi pela evolução da vida ou por acaso.
A pesquisa, publicada no periódico científico Nature, segue a seguinte lógica: quanto mais pedaços únicos, mais provável que o objeto seja complexo e o produto de um processo de evolução. Além disso, quanto mais etapas forem necessárias para desconstruir uma determinada molécula complexa, mais improvável é que essa molécula tenha sido criada sem vida.
“É baseado na ideia de que apenas sistemas vivos podem produzir moléculas complexas que não poderiam se formar aleatoriamente em abundância”, disse o professor Cronin, principal cientista no estudo. “Isso nos permite contornar o problema de definir a vida — em vez disso, focamos na complexidade da química.”
Cronin descreve a teoria como "a primeira hipótese falseável para detecção de vida". Uma hipótese falseável é aquela que pode ser provada ou refutada através de evidências lógicas.
Como a técnica não pode ser usada na Terra, os pesquisadores acreditam que ela pode ser implementada em missões fora do planeta para detectar bioassinaturas ou o surgimento de novas formas de vida artificial.
Na busca por vida extraterrestre, identificar quais bioassinaturas são exclusivas a vida é um desafio. A sonda Viking Martian da Nasa, por exemplo, consegue detectar moléculas simples, mas sua existência pode ser explicada através de "processos naturais não vivos", afirma o grupo de pesquisa. A nova técnica pode melhorar o sistema existente.
“Isso é importante porque desenvolver uma abordagem que não pode produzir falsos positivos é vital para apoiar a primeira descoberta de vida fora da Terra, um evento que só acontecerá uma vez na história da humanidade”, disse Cronin.
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