Preservativos e vasectomia são os único métodos contraceptivos para homens atualmente (Arun Nevader/Getty Images)
EFE
Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 14h57.
Edimburgo - Cientistas britânicos iniciaram um estudo para avaliar a efetividade de um novo método anticoncepcional para homens, que consiste em um gel que suprime a produção de esperma, anunciou a Universidade de Edimburgo nesta sexta-feira.
A pesquisa requere que os participantes usem diariamente um gel nos ombros e na parte alta dos braços como único método de prevenção da gravidez. Além disso, eles deverão fazer o controle da produção de esperma uma vez por mês com especialistas. O gel, chamado NES/T, é um tratamento baseado em hormônios e projetado para reduzir a produção de esperma, mas sem afetar a libido.
Os responsáveis pelo estudo, que é coordenado pelo Hospital Saint Mary e são da Universidade de Manchester e da Universidade de Edimburgo, convidaram homens com idades entre 18 e 50 anos que tenham um relacionamento estável com mulheres com idades entre 18 e 34 anos. O projeto foca em casais com relacionamentos mais longos, já que, ao contrário dos preservativos, o gel não protege de doenças sexualmente transmissíveis.
Em entrevista à rede "BBC", John Reynolds-Wright, diretor do estudo, disse que espera que o produto alcance uma taxa de efetividade como o da pílula anticoncepcional, que fica entre 97% e 99%.
De acordo com ele, o tratamento não elimina "sinais de masculinidade", já que, embora o gel contenha, além de testosterona, um hormônio progesterona sintético - assim como a pílula anticoncepcional feminina -, esta última parte não tem efeito de tornar o homem mais feminino.
"Os dois hormônios juntos ajudam a apagar a parte do cérebro que indica que os testículos devem produzir esperma", explicou.
Atualmente, o preservativo e a vasectomia são as únicas formas de anticoncepção disponíveis para homens, por isso os pesquisadores esperam poder desenvolver um novo produto que permita muitas mulheres se livrem dos efeitos colaterais que métodos como a pílula causam.
Richard Anderson, do Centro de Saúde Reprodutiva da Universidade de Edimburgo, disse que os testes anteriores demonstraram que a anticoncepção hormonal para os homens "pode ser segura e eficaz", sem a necessidade de "injeções repetidas" como em estudos anteriores. EFE