Ciência

Cientistas do MIT criam dispositivo que transforma ar do deserto em água potável

Equipamento testado no Vale da Morte consegue extrair água potável do ar seco e pode ser ampliado para abastecer comunidades com acesso limitado

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 1 de julho de 2025 às 12h15.

Última atualização em 1 de julho de 2025 às 12h32.

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) encontraram uma forma de transformar ar do deserto em água potável. O dispositivo é capaz de extrair água mesmo nos climas mais secos, o que pode representar um avanço importante para 2,2 bilhões de pessoas no mundo que ainda vivem sem acesso seguro à água potável.

O aparelho, descrito recentemente na revista Nature Water, é feito de hidrogel — material que absorve umidade — combinado com sais de lítio, que retêm moléculas de água. A substância fica encapsulada entre duas placas de vidro. Durante a noite, o sistema captura vapor de água do ar e, durante o dia, esse vapor se condensa e escorre para tubos, formando água líquida, conforme divulgado pelo site Fast Company.

Mesmo sendo do tamanho de uma janela comum, o dispositivo mostrou eficiência em condições extremas. Testes realizados no Vale da Morte, na Califórnia, região mais seca dos Estados Unidos, conseguiram gerar 160 mililitros de água por dia, o equivalente a quase dois terços de um copo.

Animados com o resultado, os pesquisadores agora pretendem ampliar o projeto. O professor Xuanhe Zhao, responsável pelo estudo, afirmou ao MIT News que a equipe já construiu um equipamento em escala de 1 metro, pensando em regiões com poucos recursos, onde nem mesmo painéis solares são acessíveis.

Segundo Zhao, o objetivo é provar a viabilidade de ampliar essa tecnologia. A expectativa é que, futuramente, a invenção possa ser produzida em formatos maiores ou “criar painéis paralelos para fornecer água potável às pessoas e alcançar um impacto real”, completou o professor. 

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