Ciência

Cientistas desenvolvem antiviral promissor contra o vírus da aids

O tratamento permitiu proteger macacos do vírus da imunodeficiência símia (SIV) e de cepas do vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Aids: o antiviral de "três cabeças" proporcionou uma proteção melhor do que a de todos os anticorpos testados até hoje (foto/Getty Images)

Aids: o antiviral de "três cabeças" proporcionou uma proteção melhor do que a de todos os anticorpos testados até hoje (foto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 21h35.

Pesquisadores do grupo farmacêutico francês Sanofi e dos Institutos da Saúde americanos (NIH) desenvolveram um antiviral triplo que foi apresentado como extremamente promissor para a prevenção e o tratamento do vírus da aids.

O tratamento, cujos detalhes foram publicados nesta quarta-feira na revista americana Science, permitiu proteger macacos do vírus da imunodeficiência símia (SIV) e de cepas do vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Este antiviral de "três cabeças" proporcionou uma proteção melhor do que a de todos os anticorpos testados até hoje, neutralizando 99% de mais de 200 cepas diferentes de HIV-1, detalharam os pesquisadores. O novo agente também foi testado em células humanas em laboratório.

Estes anticorpos foram produzidos por meio de engenharia genética para detectar e neutralizar múltiplos alvos infecciosos simultaneamente.

"Diferentemente dos anticorpos naturais, este antiviral triplo ataca vários objetivos infecciosos em uma só molécula", explicou Gary Nabel, cientista da Sanofi e autor principal deste artigo.

"Este enfoque tem o potencial de melhorar a proteção contra o HIV e é também uma base para novos tratamentos contra o câncer e doenças autoimunes e infecciosas", disse o pesquisador.

A diversidade genética do HIV no mundo é a maior dificuldade para produzir anticorpos capazes de combater a pandemia de forma eficaz.

Está previsto que um ensaio clínico de fase 1 comece em 2018 no Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), parte dos NIH.

Os testes serão feitos em voluntários saudáveis e em pessoas infectadas com o HIV, e deverão determinar a segurança e eficácia desta nova molécula.

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