Ciência

Cientistas descobrem que algumas bactérias se alimentam de penicilina

Entender este processo ajudará a combater, mediante o desenvolvimento de novos fármacos, a propagação das bactérias resistentes aos antibióticos

Bactérias: autores explicaram que existem micróbios que sobrevivem na presença de antibióticos, por exemplo os que habitam em solo contaminado (Thinkstock/Thinkstock)

Bactérias: autores explicaram que existem micróbios que sobrevivem na presença de antibióticos, por exemplo os que habitam em solo contaminado (Thinkstock/Thinkstock)

E

EFE

Publicado em 30 de abril de 2018 às 15h17.

Londres - Um grupo de cientistas dos Estados Unidos descobriu que certos tipos de bactérias não só são resistentes à penicilina, mas a utilizam para se alimentar, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature Chemical Biology".

A equipe dirigida por Gautam Dantas, da Universidade de Washington na Escola de Medicina de Saint Louis (Missouri), examinou como estes micróbios são capazes de decompor a penicilina a fim de usar algumas de suas partes como sustento.

Entender este processo ajudará a combater, mediante o desenvolvimento de novos fármacos, a propagação das bactérias resistentes aos antibióticos, que põem em perigo a saúde dos animais e das pessoas.

Os autores explicaram que existem micróbios que sobrevivem na presença de antibióticos, por exemplo os que habitam em solo contaminado, e são capazes de se propagar com facilidade.

Outros micróbios levam também esta habilidade "além", ao utilizar estes antibióticos como alimento.

A equipe americana identificou as enzimas e os genes que permitem estas bactérias que vivem em lodaçais decompor a penicilina em partes que podem utilizar para se nutrir.

Os cientistas comprovaram que, primeiramente, as bactérias inativam a penicilina através da enzima B-lactamatose, uma estratégia comum entre os micróbios.

No entanto, estas bactérias "comedoras de antibióticos" contam, além disso, com enzimas especiais que as ajudam a decompor ainda mais a penicilina, a fim de aproveitar certas partes como "combustível".

Os autores concluíram que as enzimas e genes identificados neste estudo poderiam ser usados para sintetizar novos antibióticos, limpar terrenos e áreas contaminadas e detectar de forma antecipada a propagação da resistência a antibióticos.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)RemédiosBactérias

Mais de Ciência

Por que Napoleão foi derrotado na Rússia? Estudo tem novas respostas

IA desenvolve relógio biológico que mede envelhecimento com precisão

Índia investe em 'semeadura de nuvens' para melhorar a qualidade do ar

Meteoro 'bola de fogo' surpreende ao iluminar o céu do Rio Grande do Sul