Idosos: processo de envelhecimento pode ser retardado, mostra pesquisa (Hinterhaus Productions/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 24 de novembro de 2020 às 16h59.
Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 17h08.
Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, pode mudar a forma como envelhecemos. Os pesquisadores descobriram um método em que é possível reverter o processo de envelhecimento das células através do uso de terapia de oxigênio. Nos resultados obtidos até agora, algumas células de idosos já foram rejuvenescidas em 25 anos.
Esta terapia utiliza câmaras hiperbáricas, ambientes totalmente controlados e hermeticamente fechados em que o paciente é submetido à inalação de oxigênio puro em uma pressão maior do que a atmosférica. O estudo mostrou que o uso destes equipamentos pode ajudar a reverter o processo de envelhecimento das células que estão relacionadas com a deterioração do corpo humano.
A pesquisa, publicada no Aging, foi feita com 35 pessoas, todas com mais de 64 anos de idade. Os idosos foram submetidos a cinco sessões por semana durante três semanas. Todas as sessões tinham duração de 90 minutos.
A ideia de submeter as pessoas neste teste surgiu após um experimento realizado pela Nasa em que a agência espacial americana enviou uma pessoa ao espaço e o irmão gêmeo idêntico desta permaneceu na Terra. Médicos relataram uma diferença significativa no comprimento dos telômeros em relação aos dois irmãos, uma vez que um estava em um ambiente totalmente controlado.
Os resultados da pesquisa mais recente apontam um aumento de 20% no comprimento dos telômeros, as estruturas de proteínas e DNA que formam os cromossomos e impedem o desgaste do material genético. Os cientistas apontam que isso pode ajudar a reverter o processo de envelhecimento celular. O aumento de 20% equivale a um rejuvenescimento de 25 anos.
Para ficar mais claro, é preciso explicar que, durante a vida, é comum que os telômeros diminuam de tamanho. Com isso, acabam causando o envelhecimento das células. Isso acontece porque a cada vez que os telômeros são copiados quando as células se dividem, uma parte não é replicada. Logo, o processo acaba diminuindo o tamanho dessas réplicas.
Responsável pelo estudo, médico e pesquisador Shair Efrati afirmou ao site ScienceAlert que mais análises são necessárias para entender os efeitos reversos do envelhecimento em oxigenoterapias feitas em câmaras hiperbáricas para otimizar um tratamento no futuro.