Milho: "O estudo identificou 100 genes, entre os 40 mil que compõem o genoma do milho, que influenciam na adaptação à latitude, à altitude, além do período de crescimento e o ponto no qual as plantas de milho florescem no campo" (foto/Getty Images)
EFE
Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 21h36.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2017 às 21h36.
Cidade do México - Cientistas identificaram os genes que influenciam na adaptação climática, no período de crescimento e na época de florescimento do milho, o que pode servir para ajudar a planta a se adaptar ao aquecimento global, informou nesta segunda-feira o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (Cimmyt).
"O estudo identificou 100 genes, entre os 40 mil que compõem o genoma do milho, que influenciam na adaptação à latitude, à altitude, além do período de crescimento e o ponto no qual as plantas de milho florescem no campo", explicou um comunicado do estudo divulgado pela revista "Nature Genetics".
Trata-se de um estudo sem precedentes, no qual os cientistas conseguiram descobrir os segredos evolutivos de algumas variedades locais do milho, revelando a base genética do período de floração e como o milho se adapta a ambientes variáveis.
"A descoberta abre oportunidade para explorar e utilizar a diversidade de raças terrestres para ajudar os criadores a adaptar as culturas à mudança climática e outros desafios emergentes", acrescentou o comunicado divulgado pela "Nature Genetics".
No estudo, foram analisadas mais de 4.000 variedades autóctones de milho do continente americano. Os cientistas estudaram o DNA de cada uma delas utilizando os últimos avanços no setor.
Os pesquisadores da iniciativa MasAgro Biodiversidade/Sementes de Descobrimento desenvolveram uma estratégia experimental única para estudar e aprender mais sobre os genes subjacentes à adaptação do milho.
"Durante o próximo século, os padrões climáticos cada vez mais erráticos e as mudanças ambientais projetadas como resultado da mudança climática mostram que os cultivos como o milho precisarão se adaptar em um ritmo sem precedentes para manter uma produção estável em nível mundial", explicou o comunicado.
Para a pesquisadora do projeto e especialista em genética molecular Sarah Hearne, o estudo "oferece um modelo de como podemos avaliar rapidamente os recursos genéticos de uma espécie de cultivo muito variável como o milho e identificar, em variáveis locais, os elementos do genoma do milho que podem beneficiar os produtores".
Além disso, a coordenadora de melhoramento de milho do Cimmyt, Martha Willcox, ressaltou que é esse é o estudo mais extenso já realizado, em termos de diversidade, sobre a floração do milho.