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Cientistas descobrem fungo capaz de transformar aranhas em 'zumbis' e forçá-las a agir estranhamente

O Gibellula attenboroughii é um fungo capaz de controlar aranhas e se alimentar delas de forma gradual

Fotografia de aranha infectada pelo fungo Gibellula attenboroughii (Fungal Systematics and Evolution/Divulgação)

Fotografia de aranha infectada pelo fungo Gibellula attenboroughii (Fungal Systematics and Evolution/Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 16h45.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 16h46.

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Pesquisadores descobriram uma nova espécie de fungo, o Gibellula attenboroughii, que pode controlar o corpo de aranhas. Ele se alimenta do hospedeiro de forma lenta, transformando a aranha em um "zumbi".

A pesquisa, conduzida pelo Museu de História Natural da Dinamarca e o Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, começou após a primeira observação do fungo na Irlanda do Norte durante filmagens da série "Winterwatch" da BBC.

Análises confirmaram que se tratava de uma espécie desconhecida, batizada em homenagem ao locutor e historiador David Attenborough.

Os cientistas observaram que as aranhas infectadas eram encontradas nas paredes ou tetos de cavernas, comportamento incomum, já que costumam se esconder em tocas e frestas. O fungo, no entanto, as força a se exporem.

De forma involuntária, as aranhas se tornam vetores para a proliferação do G. attenboroughii. O estudo completo foi publicado na revista Fungal Systematics and Evolution.

Como ocorre a infecção?

Os pesquisadores concluíram que o Gibellula attenboroughii evoluiu em conjunto com as aranhas nas cavernas. Seus esporos penetram no corpo do aracnídeo e infectam a hemocele, cavidade que contém o equivalente ao sangue dos invertebrados.

Quando a aranha deixa sua toca, uma toxina começa a ser produzida, levando à sua morte. Após isso, o fungo utiliza antibióticos naturais para preservar o cadáver, transformando-o em uma espécie de múmia enquanto absorve seus nutrientes.

Na fase final, o G. attenboroughii aproveita o corpo do aracnídeo para dispersar seus esporos no ambiente, garantindo sua reprodução. Apesar do processo assustador, os cientistas acreditam que essa espécie possa ter aplicações medicinais no futuro.

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