Malária: doença contamina cerca de 216 milhões de pessoas por ano em todo o mundo (Fabrizio Bensch/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de outubro de 2019 às 18h09.
Londres — Cientistas que ressuscitaram uma sequência genética de 50 mil anos de idade a analisaram para entender como o parasita da malária mais mortífero do mundo foi de gorilas para humanos - o que oferece um vislumbre das origens de um dos maiores dizimadores da história da humanidade.
Os pesquisadores disseram que seu trabalho também aprofunda o entendimento de um processo conhecido como zoonose - quando um patógeno que pode infectar animais adquire mudanças genéticas que o habilitam a contaminar humanos -, como foi o caso de doenças como a gripe e o Ebola.
No caso do Plasmodium falciparum, a forma mais fatal de parasita da malária, esta análise revelou que ele obteve a capacidade de infectar células de sangue humano a partir de uma seção de DNA que havia se transferido de um parasita de gorila.
Ao analisar a sequência de DNA crucial, os pesquisadores descobriram que ela incluía um gene que produz uma proteína chamada RH5, que se liga a um receptor de proteína dos glóbulos vermelhos.
"O fato de que esta proteína RH5 ancestral foi capaz de se ligar aos receptores de glóbulos vermelhos... de humanos e gorilas proporcionou imediatamente uma explicação molecular de como a P. falciparum evoluiu para infectar humanos", explicou Francis Galaway, que coliderou a equipe de pesquisa do Instituto Wellcome Sanger britânico e da Universidade de Montpelier francesa.
A malária é transmitida por mosquitos e contamina cerca de 216 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).