Antártida: vulcões estão abaixo da camada de gelo (Mario Tama/Getty Images)
Victor Caputo
Publicado em 20 de agosto de 2017 às 07h00.
Última atualização em 20 de agosto de 2017 às 07h00.
São Paulo – Cientistas encontraram 91 vulcões não conhecidos no oeste da Antártida, o que faz dela a região com mais vulcões por lá. No total, o estudo foi capaz de encontrar 138 vulcões—47 deles, porém, já eram conhecidos por geólogos e cientistas. Parte da dificuldade do trabalho é em identificar vulcões abaixo da camada de gelo permanente.
“Melhorar nossa compreensão da atividade vulcânica subglacial na região é importante para ajudar a restringir a forma como vulcanismo e rifte influenciaram o crescimento e a deterioração do gelo em comparação a ciclos glaciais anteriores”, afirmam os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, no estudo.
O trabalho final é o primeiro inventário de vulcões subglaciais na região oeste da Antártida. A descoberta pode trazer uma mudança considerável para a geologia. Acreditava-se que a região com maior concentração de vulcões no mundo era o leste da África—agora, o oeste antártico pode roubar esse posto.
De acordo com o estudo, a existência desse cinturão de vulcões "poderia mostrar ser uma grande influência sobre o comportamento passado e futuro da estabilidade da camada de gelo".
A descoberta, no entanto, traz preocupação para os cientistas. Em um cenário de mudanças climáticas e de diminuição da camada de gelo da Antártida, qualquer fator que possa aumentar o degelo da região é crítico.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Robert Bingham, membro do estudo, disse que os vulcões poderiam desestabilizar a região do oeste antártico. “A grande questão é: quão ativos esses vulcões são? Isso é algo que temos que determinar o mais rápido possível”, afirma Bingham.
Os vulcões descobertos têm altura variada: vão de 100 metros a 3.850 metros de altitude.
A pesquisa foi divulgada em uma série especial da Sociedade Geológica do Reino Unido.