Ciência

Cientistas criam exame de sangue para prever chances de morte

Pesquisadores europeus desenvolveram um teste sanguíneo que é capaz de prever riscos de mortalidade

Mortalidade: cientistas desenvolvem exame sanguíneo que prevê riscos de morte (Pixabay/Reprodução)

Mortalidade: cientistas desenvolvem exame sanguíneo que prevê riscos de morte (Pixabay/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 12h03.

São Paulo - Algumas pessoas passam pela vida pensando que viverão para sempre. Já outras preferem saber suas chances de morrer e talvez até a data em que irão falecer. Cientistas do Instituto Max Plank de Biologia do Envelhecimento, na Alemanha, resolveram encarar uma tarefa mórbida e descobriram 14 biomarcadores presentes na corrente sanguínea que se associam, independentemente, à morte de pessoas das mais diferentes faixas etárias.

A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, tem como objetivo prever as chances que um indivíduo tem de morrer durante os próximos cinco ou dez anos. As previsões realizadas pelos pesquisadores podem se tornar mais eficazes do que as utilizadas até o momento, que usam métodos convencionais para medir a pressão arterial e o colesterol do indivíduo.

Eline Slagboom, professora e diretora do estudo, relatou que essa pesquisa é importante especialmente porque nem todas as pessoas de mesma idade possuem a mesma saúde. "Como pesquisadores do envelhecimento, estamos ansiosos para determinar a idade biológica. A idade do calendário não diz muito sobre o estado geral de saúde de pessoas idosas: uma pessoa de 70 anos é saudável, enquanto outra pode já estar sofrendo", disse Slagboom em comunicado.

A equipe da professora analisou biomarcadores metabólicos do sangue de 44 mil pessoas entre 18 a 109 anos de idade, todos nascidos em algum país da Europa. Os biomarcadores estavam presentes em processos relevantes do organismo, como o metabolismo dos ácidos graxos - encontrados no azeite de oliva - e a quebra da glicose. Feito isso, os pesquisadores acompanharam os participantes por 3 até 17 anos, dependendo do caso. Durante esse período, mais de 5 mil participantes morreram, e os biomarcadores foram estudados para descobrir qual era a sua ligação com o risco de mortalidade.

"Agora temos um conjunto de biomarcadores que podem ajudar a identificar idosos vulneráveis, que poderiam ser tratados posteriormente", afirmou Slagboom, em nota. No estudo, os marcadores são responsáveis por apresentarem informações sobre a situação atual da saúde e das doenças de um paciente.

No entanto, os pesquisadores afirmaram no estudo que esse modelo de análise ainda não foi testado em indivíduos que não sejam europeus. O estudo ainda está em curso para que sejam feitos testes em outras localidades.

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